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Com o avanço do home office, o uso prolongado de telas e jornadas de trabalho mais longas, cresce a necessidade de atenção à postura e à adequação dos ambientes. Celebrado em 10 de outubro, o Dia da Ergonomia Latino-Americana convida à reflexão sobre como o estilo de vida moderno tem transformado o corpo e a mente dos trabalhadores.
A ergonomia — ciência que estuda a relação entre pessoas, máquinas e condições de trabalho — deixou de ser um diferencial para tornar-se uma necessidade em um mundo que exige alta performance, muitas vezes à custa do bem-estar físico e mental.
De acordo com o Ministério da Previdência, o Brasil registrou 3,5 milhões de afastamentos por doenças relacionadas ao trabalho em 2024, um aumento de 39% em relação ao ano anterior. Dores na coluna e hérnia de disco lideram as causas. O estudo Global Burden of Disease (GBD) projeta que, até 2050, 843 milhões de pessoas em todo o mundo sofrerão com dor lombar.
Para a ergonomista e fisioterapeuta do trabalho Karla Suellem Figueiredo Silva, que atua na Grande Florianópolis, investir em ergonomia traz retorno direto em eficiência e qualidade de vida. “Ao adequar o ambiente de trabalho às normas da NR-17, a empresa reduz riscos de acidentes e doenças ocupacionais, melhora o conforto e aumenta a motivação dos colaboradores. Isso se reflete em produtividade e menor índice de afastamentos”, explica a especialista.
Pesquisas do SESI e da Logitech indicam que ambientes ergonômicos reduzem a fadiga e o estresse, aumentam a concentração e diminuem o absenteísmo, fator responsável por prejuízos bilionários em produtividade.
Como adaptar o ambiente
O crescimento do trabalho remoto trouxe novos desafios. Muitos brasileiros ainda exercem suas atividades em espaços improvisados, sem mobiliário adequado. “O trabalho híbrido ampliou a responsabilidade individual sobre o próprio ambiente e abriu espaço para soluções tecnológicas, como consultorias online, aplicativos que lembram pausas e equipamentos ajustáveis mais acessíveis”, destaca Karla.
Entre as recomendações estão ajustar a altura de cadeiras e monitores, alternar posições ao longo do dia, realizar pausas de dois a três minutos a cada 50 minutos trabalhados e incluir alongamentos curtos na rotina.
Um futuro com mais consciência e inovação
Com jornadas médias de 43,5 horas semanais — acima da média europeia —, o brasileiro sente os efeitos do sedentarismo e da sobrecarga digital. A ergonomia, antes restrita à indústria, hoje alcança o home office, os espaços de estudo e até o universo gamer.
Empresas especializadas em design e tecnologia ergonômica têm ganhado relevância no país. Entre elas está a Elements, de Santa Catarina, que desenvolve mobiliário ergonômico de alta performance com soluções inovadoras para escritórios, home offices e gamers. Com um time próprio de Pesquisa & Desenvolvimento e com foco na NR-17, norma do Ministério do Trabalho e Emprego que estabelece diretrizes para promover a ergonomia no ambiente de trabalho. “Nossa missão é ajudar as pessoas a trabalharem melhor, com mais conforto, foco e longevidade. Ergonomia é sobre o futuro do trabalho e da saúde — e esse é o centro de tudo o que fazemos”, afirma Bruna Dias, fundadora e diretora comercial da empresa.
Mais do que um tema técnico, a ergonomia consolida-se como pilar essencial para o futuro do trabalho. Em um cenário de transformações rápidas e aumento das exigências cognitivas, cuidar do corpo e da mente é o caminho mais eficaz para garantir produtividade sustentável, bem-estar e longevidade profissional.