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A nota que publiquei recentemente sobre o antigo Nadim, na beira da BR, entre o Centro e o Bairro Universitário, em Biguaçu, rendeu críticas da gestão municipal. A prefeitura afirma que o Poder Público não pode intervir em um imóvel privado, que o local está sob judice e que há uma tentativa de venda em andamento. Além disso, destacaram que não seria justo colocar essa responsabilidade sobre os cofres públicos, ainda mais diante do valor estimado de R$ 19 milhões.
Respeito a posição, mas mantenho uma opinião divergente. Sei que, juridicamente e administrativamente, posso estar equivocado, mas entendo que existe um caminho viável: a utilização do índice construtivo. Para quem não conhece, esse mecanismo funciona como uma espécie de “moeda” entre construtoras. A prefeitura, ao desapropriar um imóvel, pode indenizar o proprietário com índice, permitindo que quem o recebe negocie com construtores interessados em aumentar a altura de seus prédios — por exemplo, de nove para doze andares. Esse recurso já foi usado em Biguaçu e poderia ser considerado novamente.
O Nadim, hoje, é um espaço abandonado, usado para consumo de drogas e que representa risco para a população. Não é difícil imaginar que, em breve, crimes ainda mais graves possam ocorrer naquele local. Se a iniciativa privada não resolve, não vejo por que o município não possa agir.
Defendo que a área seja desapropriada e transformada em um Centro de Recepção ao Turista, espaço para apresentar as potencialidades do município: restaurantes, cachoeiras, belezas do interior e demais atrativos. Muitos municípios do interior têm locais assim, que funcionam como porta de entrada para visitantes. Biguaçu também poderia ter o seu, justamente naquele ponto estratégico.
Reforço: não culpo a prefeitura pelo abandono. Mas acredito que, com criatividade e ousadia, é possível transformar aquele “elefante branco” em um espaço de valorização da cidade.
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