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Coluna do Décio: Apresentador de TV é morto com furadeira e caso relembra o ataque contra jornalista em Biguaçu

O editor do jornal Biguaçu em Foco, Ozias Alves Júnior também foi agredido em 2008 mas não acabou morto como Luiz Flávio Brito nesse fim de semana

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Biguaçu

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Foto: Apresentador Luiz Flávio Brito (a dir. na foto) foi golpeado com uma furadeira e não resistiu. Já Ozias levou uma “concretada de raspão” na cabeça e sobreviveu (Foto Divulgação)
O apresentador Luiz Flávio de Brito, de 51 anos, foi assassinado neste domingo (7/7) em Várzea Paulista (SP), após uma discussão que terminou de forma bárbara: ele foi atingido na cabeça por uma furadeira elétrica e teve morte cerebral confirmada. O crime, que chocou o país, se soma a uma preocupante escalada de violência contra profissionais da comunicação no Brasil.
Brito comandava o programa Fiscal do Povo na TV Nova Japi, afiliada da TV Cultura, e era conhecido por denunciar irregularidades e atuar como fiscal da sociedade. O suspeito do crime, Yuk Bayard Costa, está foragido.
O episódio lembra um ataque ocorrido em 2008, em Biguaçu (SC), durante a Operação Dríade — que investigava corrupção e formação de quadrilha envolvendo um vereador medíocre local. Na ocasião, o jornalista Ozias Alves Júnior, editor do jornal Biguaçu em Foco, cobria a prisão do vereador em frente à sua residência quando foi covardemente agredido com um pedaço de concreto, pelo próprio filho do político, que se embrenhou feito um rato para atingir Ozias na cabeça por trás. O jornalista só não morreu porque a ânsia do criminoso em atingí-lo de “cheio” não se concretizou porque acabou se desequilibrando no momento do ataque fazendo com que o concreto atingisse o editor do jornal apenas de raspão. O ataque fez com que Ozias sofresse ferimentos, mas o jornalista, diferente do apresentador se recuperou e seguiu atuando, vindo a falecer em abril de 2021 devido a covid.
A analogia entre os dois casos é inevitável: ambos envolvem jornalistas cumprindo seu dever de informar e denunciar, ambos foram alvos de violência covarde — um sobreviveu, o outro não teve a mesma sorte. Ambos representam o risco diário enfrentado por jornalistas em um país onde a liberdade de imprensa ainda é desafiada por intolerância e brutalidade.
Em tempos de polarização, a violência contra comunicadores não apenas agride indivíduos, mas ameaça o direito da população à informação. O uso de objetos cotidianos — uma furadeira, um pedaço de concreto — como armas de agressão, revela o grau de hostilidade contra aqueles que ousam dar voz aos fatos.
A sociedade precisa refletir: até quando será aceitável atacar quem busca revelar a verdade? O caso de Luiz Flávio Brito é uma tragédia que, assim como o ataque a Ozias Alves Júnior, jamais pode ser esquecida.