São José: Escola de Oleiros do município, a única da América Latina, celebra 32 anos de história

Localizada no bairro Ponta de Baixo, a escola já formou mais de cinco mil profissionais neste período.

De acordo com Tereza Bez, a arte do oleiro passa pela sensibilidade, delicadeza e criatividade, qualidades fundamentais ensinadas no local. (Foto: Divulgação)

São José estará em festa a partir desta segunda-feira (25). A única escola de oleiros da América Latina, a Escola Joaquim Antônio de Medeiros, fundada em 30 de novembro de 1992, comemora nesta data 32 anos, com mais de cinco mil alunos que aprenderam o ofício e viraram profissionais que produzem, abrem novas olarias e resgatam a tradição de São José — que já foi chamada de Capital da Louça de Barro.

A coordenadora da Escola de Oleiros, Maria Terezinha Bez Vitório, mais conhecida como Tereza Bez, neta do mestre que difundiu o ofício em Santa Catarina, conta que São José mantém a tradição da louça de barro desde 1750, quando foi povoada por açorianos. Por um século muitas famílias viveram do sustento da produção de louças de barro (a região da Ponta de Baixo foi a que mais concentrou olarias na época).

Com o declínio das louças de barro, um dos mestres oleiros que manteve a prática viva foi Joaquim Antônio de Medeiros, que em 1918 se tornou proprietário de uma olaria na Ponta de Baixo. Na década de 50, São José abrigava cerca de 20 olarias, atualmente restam apenas quatro. A Escola de Oleiros Joaquim Antônio de Medeiros, no bairro Ponta de Baixo, fazia parte desta lista antes de se tornar uma unidade formadora de novos oleiros. Atualmente, participam das aulas gratuitas mais de 190 alunos entre crianças, adolescentes e adultos.

De acordo com Tereza Bez, a arte do oleiro passa pela sensibilidade, delicadeza e criatividade, qualidades fundamentais ensinadas no local. Na escola, o intuito é a formação de novos oleiros para que eles abram novas olarias e resgatem essa São José que já foi chamada de Capital da Louça de Barro.

Hoje em dia, na casa de arquitetura luso-brasileira colonial, de acordo com a coordenadora da Escola, são oferecidas três modalidades de cursos gratuitos: curso tradicional da roda de oleiros, modelagem figurativa e modelagem diversas de segunda a quinta. As aulas possuem faixas etárias variadas, há alunos desde os nove até os 80 anos. As inscrições na escola abrem em fevereiro, quando é aberto o edital. São cursos semanais de manhã, à tarde e à noite.


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