Estado: Especialistas alertam sobre danos do álcool à saúde

Estudo mostra que durante o primeiro ano de pandemia houve um aumento de 24% nas mortes atribuíveis ao álcool.

Álcool efeitos e consequências. (Foto: Divulgação)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o alcoolismo uma dependência humana, da qual o ser humano busca se sentir bem. O estudo "Álcool e a Saúde dos Brasileiros – Panorama 2022" apontou que houve um aumento de 24% nas mortes totalmente atribuíveis ao álcool no primeiro ano de pandemia. A maior ampliação no número de mortes relacionadas ao consumo de álcool foi entre adultos de 35 a 54 anos, de 25,6%, seguido pela faixa etária 55 anos e mais, de 23%, e do 18 a 34 anos, de 19,5%. Entre os homens, o crescimento foi de 24% e entre as mulheres de 23%.
 

Segundo a docente de Psicologia da Wyden, Melissa Fecury, entre os sinais importantes que nos permitem identificar o alcoolismo, ou seja, o uso constante e descontrolado de álcool por um indivíduo estão: compulsão pela bebida, bem como o consumo durante a semana e intervalos de rotina, de trabalho, de aula, se a pessoa deixa de realizar suas atividades diárias para fazer uso da substância, prejudicando assim o seu cotidiano e suas relações.

'Nós temos que prestar atenção também se o uso da substância decorre de dificuldades futuras na rotina dessa pessoa. Isso significa dizer que o seu uso constante prejudica a rotina e o trabalho, o estudo, os relacionamentos' explica.

A agressividade é outro ponto. Quando o dependente é questionado pelo uso da substância, ou alguém tenta coibir o uso, a irritação é o primeiro sintoma seguida do isolamento. Entre outras consequências graves do consumo excessivo de álcool está o fato da pessoa ficar fora de si, ter alucinações e pensamentos que não competem à realidade, como pontua Melissa.

Drogas

Ao se referir a um indivíduo em situação de dependência do uso de substâncias ilícitas, o especialista em toxicologia do IDOMED, Jeferson Salvi, pondera sobre o termo adequado atribuído às pessoas nessa condição: toxicômano ou adicto, uma vez que o termo 'viciado' é pejorativo.


De acordo com o docente, compreender o que leva alguém a tal situação nos demanda esforço, fazendo-se necessária a tentativa de abandonarmos o lado crítico daquilo que achamos que conhecemos. Logo, para ele, a resposta rápida, simples e menos complexa é uma só: 'Porque é bom! E é assim que a mente do dependente justifica todas as tentativas de intervenções que façamos em palestras ou rodas de conversas', afirma. Jeferson explica que para o organismo o uso contínuo de tais substâncias passa a ser uma necessidade.

'O corpo passa a funcionar de uma forma 'fora do comum', diferentes vias fisiológicas podem ser potencializadas, tendo um efeito final inibitório ou excitatório. Portanto, há uma percepção química e sensorial de que uma possível resposta para aquilo que se busca pode ser encontrada, com a drogadição." A exemplo do uso demasiado do crack, alterações fisiológicas irreversíveis podem ocorrer, o que interfere diretamente no campo mental. Além disso, modificações em uma região no encéfalo, chamada amígdala, por exemplo, influenciam no reconhecimento da afetuosidade. O adicto perde a capacidade de olhar para um familiar e lembrar do afeto, do respeito e carinho.

A socialização e a espiritualidade devem fazer parte do tratamento, independentemente da crença ou religião", finaliza, considerando que esse tipo de ajuda geralmente ocorre em casas de recuperação, porém, sem um profissional da saúde com conhecimento, o que garante não garante o sucesso do tratamento.



Tratamento

Os especialistas ressaltam a importância de buscar ajuda e tratamento, em ambos os casos, como em clínicas particulares, nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e em comunidades terapêuticas reconhecidas pelo Ministério da Saúde.


Somente em 2021, foram registrados mais de 400 mil atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a pessoas com transtornos mentais e comportamentais, devido ao uso de álcool e drogas.

 


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