O entrevistado da última semana do Em Foco Podcast foi o empresário Leo Mauro Xavier Neto, diretor da Biguaçu Transportes. Graduado em Administração, possui experiência em consultoria, tendo realizado trabalhos em empresas pelo Brasil e também na Inglaterra. Atualmente, continua o legado de sua família no ramo de transporte coletivo, que foi iniciado pelo bisavô, Aldo Rocha.
Leo conta que seu Aldo morava na região da Agronômica e era caminhoneiro, na década de 40/50. E, em algum momento, ele percebeu que poderia ganhar mais dinheiro transportando pessoas mais que transportando mercadorias.
Ele iniciou como uma empresa chamada Florianópolis, através da qual fazia uma ligação simples da Agronômica ao Centro, um trajeto que hoje leva 5 minutos, mas que em 1947 parecia uma eternidade.
Depois, vieram outras linhas, ligando a Barra da Lagoa a Lagoa da Conceição, até que começou a desenvolver seu negócio para a região de Biguaçu, São José, Governador Celso Ramos e até Palhoça.
Após a morte de seu Aldo, o pai de Leo Mauro, que é casado com uma das netas de seu Aldo, foi quem assumiu o comando da empresa, onde está há 40 anos.
“Hoje, nós temos 75 linhas, fazemos mais de 1000 viagens, mais de 1000 horários por dia. É um atendimento bastante extenso por toda a região da Grande Florianópolis, atendendo a região norte do Município de São José, participamos também do serviço municipal de São José e, obviamente, a região de Biguaçu, Antônio Carlos, Governador Celso Ramos e também Palhoça, através da linha Biguaçu. Nós temos 400 funcionários e passamos por uma reestruturação bastante grande desde a pandemia”, explica, afirmando ainda que a empresa Biguaçu é a maior de transporte público do Estado.
A empresa realiza serviços esporádicos de turismo, mas o foco está no serviço de atendimento urbano, com os horários ligando Florianópolis aos diferentes bairros da região da Grande Florianópolis.
Leo Mauro nasceu em Florianópolis, conviveu com o bisavô Aldo até os 19 anos, mas nunca havia trabalhado com ele. Formou-se em Administração e foi morar no Rio de Janeiro, onde trabalhou com consultoria para diferentes empresas.
“Trabalhei bastante tempo na Bio Manguinhos, que é a Fiocruz, em empresas de fogão, como a Esmaltec, para órgãos públicos também. Enfim, tive uma vasta experiência de diferentes empresas Brasil afora”, explica.
Após um período trabalhando no Brasil. Leo Mauro decidiu ir morar na Inglaterra, onde trabalhou por dois anos em um coworking, fazendo a gestão do espaço. Depois de um tempo, decidiu voltar para o Brasil, foi quando começou a trabalhar na empresa para ajudar a família.
Sobre o funcionamento da empresa hoje, ele explica.
“Somos responsáveis pela operação da região intermunicipal da Grande Florianópolis. Ou seja, quando a gente liga o Município de Biguaçu com Florianópolis, a gente tá falando de uma linha intermunicipal, portanto é de responsabilidade do governo estadual. Então, nós temos linhas intermunicipais de responsabilidade do governo estadual, nós temos linhas municipais com a prefeitura de São José, com a Prefeitura de Biguaçu e com a Prefeitura de Antônio Carlos e, mais recentemente com o tarifa Zero, que a gente está fazendo também por Governador Celso Ramos. Então, o subsídio não existe. Hoje, ele não existe nem na esfera municipal e nem na estadual. As pessoas acabam confundindo um pouco com o município de Florianópolis. O chamado consórcio Fênix, que são aqueles ônibus azuis e brancos que circulam em Florianópolis, esses sim, recebem subsídio.
Questionado sobre o motivo das empresas de transporte coletivo não terem mais cobradores, ele explica que isto foi uma forma de incentivar os usuários a utilizarem o cartão eletrônico, que dá mais agilidade e segurança para as viagens. O motorista, inclusive, está mais preparado e recebe a mais pelo serviço de cobrança também.
“O ônibus é vetor da economia. Ele traz as pessoas, ele leva o dinheiro, ele traz o dinheiro, ele leva o emprego, ele leva a renda. Por isso que é tão importante a gente falar de um transporte coletivo estruturado, porque quando ele não é estruturado, infelizmente, as pessoas acabam correndo para opções individuais, como carros e motos, afetando a mobilidade urbana”, explica.