A coluna teve acesso a um documento que prova que houve dentro do hospital de Biguaçu uma paralização por motivos de não pagamentos integrais aos médicos que realizam as cirurgias eletivas (aquelas que são agendadas) e as consultas ambulatoriais (que são as aquelas feitas com especialistas).
O ofício, enviado ao diretor geral do Hospital, Gabriel Scalcon e para a secretária da Saúde de Biguaçu, Ana Flávia de Almeida e Silva, como o leitor pode ver a reprodução nessa matéria, é datado do dia 12/11/2024 e afirma que a PARALIZAÇÃO no hospital Helmuth Nass iniciaria dia 18/11/2024. O documento é assinado pelo médico e diretor técnico Rodrigo Otávio Lanza de Miranda.
Foto: Ofício informando sobre PARALIZAÇÃO por falta de pagamentos (Foto Reprodução)
Demissões
Na última sexta-feira (10/01/2025) a coluna recebeu a informação que houveram 75 demissões no hospital recentemente e que o centro cirúrgico não estava funcionando. Diante disso foi questionado ao diretor geral e a secretária de saúde da Prefeitura de Biguaçu se essa informação procedia. Gabriel Scalcon, diretor geral não respondeu ao questionamento e a secretária Ana Flavia disse desconhecer sobre as demissões. Mas deixou muito claro que os repasses ao hospital estavam sendo feitos.
Foto: Secretária de Saúde de Biguaçu, Ana Flávia: “os repasses de dinheiro ao hospital estão sendo feitos”. (Foto Divulgação)
Já na noite de sexta a coluna recebeu o retorno sobre o mesmo questionamento feito a Gabriel e Ana Flávia, da secretária de administração da prefeitura de Biguaçu, Magali Prazeres, dizendo que procedia a informação sobre demissões, esclarecida por algumas fontes dela dentro do hospital, mas que não estava claro a quantidade. Por causa disso iria oficializar o diretor geral do hospital para que este esclarecesse o que está acontecendo. Hoje é domingo e provavelmente esse ofício de Prazeres será enviado amanhã.
Contradições
Diante da indagação o hospital emitiu uma nota de esclarecimento com informações que contradizem a própria equipe e autoridades. A nota diz que não houve demissões e que nenhum serviço foi DESCONTINUADO assim como o centro cirúrgico. Ai! Aí ! Aí! E o ofício dos médicos informando sobre a PARALIZAÇÃO do centro cirúrgico e das consultas ambulatoriais?
Foto: Nota de esclarecimento do hospital que tenta desmoralizar a imprensa pela ousadia de questionar (Foto Reprodução)
A coluna entrou em contato com o médico que assinou o documento informando sobre a paralização e o mesmo não respondeu a pergunta DO MILHÃO: Se o centro cirúrgico está ou não funcionando, ou melhor, se as cirurgias eletivas estão sendo feitas. Já a secretária de saúde, que também recebeu o documento informando sobre a paralização afirmou que as cirurgias estão sendo reestabelecidas gradualmente e que segundo o diretor geral do hospital até dia 20 desse mês o serviço será realizado na integralidade. Oras! Como pode o hospital emitir uma declaração afirmando que o serviço do centro cirúrgico não foi “descontinuado” e a própria secretária diz que, segundo palavras desse diretor, que os procedimentos eletivos estão gradativamente sendo restabelecidos? Se não houve descontinuidade por que estão gradativamente sendo ativados? Que conversa é essa? E sobre as demissões. Será que tenho que levar alguns demitidos para o meu programa de entrevista no Em Foco Podcast para ativar a memória desse pessoal?
Ofensiva
A nota de esclarecimento feita pelo hospital deve ter sido escrita por alguém que não conhece educação e muito menos jornalismo. Ela “ensina” a imprensa a publicar informações precisas e verificadas. Olha só! Era o que faltava! E o que foi realizado então? A coluna questionou na sexta se procedia ou não a informação sobre demissão e o fechamento do centro cirúrgico. Buscou esclarecimentos e até hoje não recebeu o retorno do diretor geral do hospital mesmo este tendo recebido a pergunta em seu whas app no dia 10/01. E devido as contradições e o ofício da paralização fica claro quem está certo. Esse negócio de atacar quem divulga a informação (imprensa) e não quem faz o ato não é mais admitido no mundo de hoje. Querer culpar o jornal por mal gestão dos outros é lamentável. Até porque estamos falando de dinheiro público e a secretária de saúde de Biguaçu já deixou claro que o repasse de verbas a São Camilo, entidade que administra o hospital Helmuth Nass, está sendo feito corretamente. Porque então houve uma paralização pelo fato dos médicos não estarem recebendo salários? Que negócio é esse? Ou vão dizer agora que a reprodução do ofício informando sobre a paralização é uma miragem? E se o salário do diretor geral do hospital, Gabriel Scalcon, que ganha mais que o prefeito Salmir Silva, não fosse pago, como ele reagiria?
Foto: Diretor geral do hospital de Biguaçu, Gabriel Scalson ganha mais que o prefeito Salmir. Seu salário não foi comprometido, ao contrário dos médicos que realizaram paralização (Foto Divulgação)
Prestação de contas
A coluna já informou que em dezembro houve uma reunião onde secretários de saúde da grande Florianópolis cobraram da direção do Helmuth Nass informações sobre repasses e déficits financeiros. Esse questionamento já foi respondido? Ou vão querer tentar desmoralizar os secretários pela ousadia de perguntar assim como tentam fazer com a imprensa. Essa questão toda do hospital merece uma explicação TRANSPARENTE e a coluna não entende o porque que o Gabriel insiste em dizer sobre déficit financeiro devido a falta de repasses de dinheiro ao hospital (eram 2 milhões em dezembro) da prefeitura de Biguaçu enquanto a secretária de saúde fala o contrário . Auditoria já!