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A neuropsicopedagoga Adriana Luft foi a entrevistada do Enfoco Podcast. Em uma conversa franca e repleta de detalhes, Adriana abriu sua trajetória pessoal e profissional, relembrando a infância em Passo Fundo (RS), a mudança para Santa Catarina em 2007, a instalação em Biguaçu em 2009 e a caminhada até se tornar referência na área da neuropsicopedagogia clínica e institucional.
Mãe e esposa, Adriana ressaltou o papel da família em sua trajetória.
“O apoio deles sempre foi fundamental, desde os primeiros passos como professora até o momento em que decidi me especializar e abrir meu consultório.”
Da sala de aula à neuropsicopedagogia
A paixão pela educação surgiu cedo. Aos 19 anos, Adriana iniciou a carreira como professora de educação infantil, após formação no magistério e especialização em Porto Alegre. No início, atuava em sala de aula com crianças pequenas, mas logo percebeu que alguns alunos apresentavam dificuldades que iam além dos métodos pedagógicos.
“Eu via crianças que não conseguiam avançar no aprendizado mesmo com reforço. Isso me inquietava, porque eu sentia que havia algo a mais que precisava ser investigado.”
Foi essa percepção que a levou a buscar a pós-graduação em Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional, concluída em 2017 pela faculdade Sensupeg. Desde então, ela passou a atuar em consultório particular em Biguaçu, ajudando crianças e adolescentes de 6 a 15 anos.
A evolução da ciência e os diagnósticos mais precisos
Durante a entrevista, Adriana reforçou que muitas dificuldades que hoje têm nome e diagnóstico eram antes tratadas com preconceito e rótulos equivocados.
“Na minha época de escola, quem não aprendia era considerado preguiçoso ou desatento. Hoje sabemos que pode haver questões como TDAH, dislexia, transtorno do espectro autista, entre outras.”
Segundo ela, essa evolução foi fundamental para garantir direitos, inclusão escolar e acolhimento familiar.
“Esses quadros sempre existiram, mas só agora temos conhecimento e ferramentas para identificá-los.”
O que observar nas crianças
Adriana também orientou pais e professores sobre sinais que podem indicar necessidade de acompanhamento:
“Quando a criança começa a se sentir incapaz, quando ela mesma passa a se ver como diferente ou inferior, isso é um alerta. É nesse ponto que a avaliação faz diferença.”
Consultório e trabalho em rede
O consultório de Adriana em Biguaçu recebe principalmente famílias em busca de avaliação neuropsicopedagógica. O processo consiste em analisar o histórico, aplicar testes, observar comportamentos e levantar hipóteses. A partir disso, ela pode indicar estratégias de intervenção ou encaminhar para profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos, neurologistas e psiquiatras.
“Eu nunca trabalho sozinha. O diagnóstico e o tratamento precisam de uma rede de apoio, que envolve família, escola e profissionais de saúde.”
Formação contínua e novos desafios
Mesmo consolidada na área, Adriana decidiu retornar aos estudos e está cursando Psicologia. O objetivo é complementar a prática clínica com uma abordagem mais ampla, que una aspectos pedagógicos, cognitivos e emocionais.
“Cada criança é única. Não existe receita pronta. Por isso sigo estudando, para poder oferecer sempre o melhor às famílias que confiam no meu trabalho.”
Linha do tempo – Adriana Luft