Texto: Professor Miguel João Simão
Escritor e Pesquisador.
Há pessoas que passam pela vida da gente e deixam boas e inesquecíveis lembranças, e nesse rol das muitas pessoas que fizeram morada nas terras de Ganchos, João Escrivão e dona Celina do Cartório, marcaram época e, parafraseando o grande Dr. Celso Leal da Veiga Junior; “ Deixaram boas energias”.
Um bom amigo a gente não esquece, e eu tive a oportunidade de ser aluno de João Chiuzon Garcia, e ser seu colega de trabalho na Escola Abel Capella no ano de 1980.
João, nasceu no dia 24 de junho de 1947, e é filho de Basilício Garcia Filho e de dona Catarina Maria Garcia.
No início dos anos de 1970, João casou com a jovem Celina Renalda Kuhnen, nascida em Uribici, filha de Rafael Kunen e Clara Locks (ambos de São Ludgero).
Celina, iniciou seus estudos em Tubarão, mais tarde estudou em Florianópolis, e formou-se professora no Colégio Maria da Glória Veríssimo de Farias em Biguaçu, profissão que nunca atuou.
Nessa mesma, década dos anos de 1970, o casal veio para Governador Celso Ramos, onde João, exercia a função de Serventuário da Justiça, em seu cartório, por isso o apelido de João Escrivão.
Mas o abnegado João, homem que fazia amizades com todos e já era considerado um “gancheiro de coração”, também exerceu a função de professor de Ciências nas Escolas, Abel Capella, e no Colégio Dr. Aderbal Ramos da Silva.
Foi daqueles professores, que marcou a vida dos alunos, pela maneira que traduzia suas aulas em momentos especiais aos alunos. Era atencioso e tranquilo com os alunos, além de estar sempre trazendo novidades para as aulas, deixando os alunos impressionados com calculadoras a pilha, pequenas máquinas de datilografar e outros objetos que ele comprava fora e trazia para aperfeiçoar as aulas, para a época novidades nunca vistas por aqui. Nossos contemporâneos ficavam felizes com as terças e quintas feiras, dias das inesquecíveis aulas de ciências do professor João Escrivão.
Atuante na comunidade, João participava ativamente de todos os movimentos, e isso lhes deu credibilidade e fortes amizades por essas terras.
Mas como diz a canção de Amado Batista: “Mas nesse mundo, o perfeito não tem vida” o amigo João Chiuzon Garcia, teve um acidente na BR 101, quando
estava em viagem com a família, e veio a óbito no dia 02 de agosto de 1981. A notícia abalou toda a Comarca de Biguaçu, pois João era querido nos três municípios.
Diante dessa provação, a grande Celina, viúva com três filhos pequenos, Jean Carlos, Jackon, e Jeferson, mostrou que era capaz de seguir adiante e administrar o cartório.
Mãe cuidadosa e amiga, criou os três filhos que hoje são seus bons e melhores amigos.
Hoje colhe os bons frutos ao lado dos filhos e dos netos, como troféu de uma grande guerreira que sempre foi.
No ano de 2019, Celina Renalda Gacia recebeu o Troféu Mulher Destaque pelo Instituto ARTECULLI, evento organizado pelos professores Miguel João Simão e Lu Simão.
Atualmente dona Celina reside em Balneário Camboriú.