Osvaldo Manoel de Oliveira – O Valdinho do Mané Janjão, você lembra?
Texto: Professor Miguel João Simão
Escritor e Pesquisador
Osvaldo Manoel de Oliveira
No início de Canto dos Ganchos, próximo a praia do Izidoro, na região das praias do Siri, há uma prainha que por muitos anos foi conhecida por praia do Mané Janjão.
Esse local, até a década dos anos de 1950, pertenceu ao seu Liquinho ((Manoel Soares Filho 1915-1975).
Mas a vida de Mané Janjão, foi uma vida com muitas dificuldades, pois não tinha como embarcar em barcos pesqueiros por ter deficiência em uma das pernas, o que impossibilitava trabalhar no pesado.
Natural de Canto dos Ganchos, Manoel João de Oliveira, o Mané Janjão, nasceu em 30 de janeiro de 1907, e era filho de João Lídio de Oliveira e Dorvalina Angelica de Oliveira.
No ano de 1938, Manoel conheceu uma moça de Timbé (Tijucas), com quem casou, e lá ficou residindo, trabalhando na roça.
Desse casamento, o casal teve cinco filhos: Osvaldo, conhecido por Valdinho, Glória, Herondina, Janir e Valmir, conhecido por Diquinho.
Com o falecimento da esposa, nos anos de 1950, passou a residir no Canto dos Ganchos, onde negociou com seu Liquinho a troca do terreno da prainha por uma roça de mandioca.
Nessa época, o filho mais velho, de nome Osvaldo, popular Valdinho, nome dado em homenagem ao irmão de Manoel, vai para o Rio de Janeiro, embarcando num barco com seu tio (Osvaldo - Valdo 1929-1994).
Seu Valdo, foi um grande mestre de barcos e sempre abria espaço aos novos pescadores que buscavam na pesca o emprego e renda. Dessa maneira, não foi diferente com o sobrinho que levava seu nome. Levou para a pesca e ensinou a profissão, fazendo de Valdinho um profissional responsável.
Valdinho, nasceu em 10 de maio de 1939, no Timbé (Tijucas), e na década de 1950 veio residir com a família em Canto dos Ganchos.
Mas, a vida de Valdinho não foi escrita apenas nos barcos de pescas, embora tenha trabalhado com diversos mestres, entre eles, Abelardo Oliveira, a quem citou em uma entrevista. “ Trabalhei também com o Velhinho, seu Abelardo, durante muito tempo. Esse sempre foi um grande mestre de barcos, difícil da gente esquecer”, falou Valdinho.
Valdinho, enquanto foi solteiro ajudou muito seu pai, visto a necessidade. Manoel, seu pai, após ficar viúvo, casou com a senhora Nercina, com quem teve mais 4 filhos: Tereza, Marlete (Letinha), Palmira e Neri.
Nessas idas e vindas em casa, passou a gostar de Adelaide, filha de Manoel Soares Filho (seu Liquinho e de dona Martinha Generosa de Jesus, conhecida por dona Marta).
Do namoro chegou ao casamento, tendo o casal 7 filhos (um falecido).
Valdinho, após sair da pesca, passou a trabalhar em empresas em terra. Prestou serviços para o DNER (Departamento Nacional de Estradas e Rodagens), e outras empresas, sendo sua última, a empresa de pesca em Ganchos do Meio.
Sua vida, é marcada por muita luta e trabalho. Hoje aos quase 84 anos de idade, vive tranquilo e satisfeito por ver a família bem, os filhos criados e encaminhados na vida.
Residindo em Ganhos do Meio, desde o final dos anos de 1970, Valdinho acompanhou grande parte do desenvolvimento da cidade e pode ver o crescimento dia após dia.
Sua grande tristeza, é vista no olhar quando fala do filho que perdeu de forma trágica nos anos de 1990, num acidente de moto. Conhecido por Timbé, o filho de Valdinho, gozando de boa saúde e na flor da mocidade foi mais um vitimado pelos diversos acidentes de motos que acontecem na rodovia que liga a BR 101 a Governador Celso Ramos.
Valdinho do Mané Janjão, como é conhecido em Canto dos Ganchos é gente que faz parte da história da cidade.