Coluna Miguel Simão: Alda de Oliveira Duarte

Texto: Professor Miguel João Simão

Escritor e Pesquisador.

No dia 09 de fevereiro de 2022, tive a oportunidade de conversar com minha prima Alda, por telefone, durante mais de 3o minutos.

Fui atrás de uma informação acerca da antiga residência da família do tio Elói, e nossa conversa, se estendeu ao velho tempo da nossa Canto dos Ganchos. Recordamos fatos e lembramos de pessoas queridas que já haviam partido.

Alda, estava se recuperando de uma cirurgia, mas estava contente que tudo iria terminar bem.

No dia seguinte, através de uma amiga em comum, soube que ela havia sido levada às pressas ao hospital, e não estava muito bem.

E no dia 11, nos chegou a triste notícia de sua partida para a Casa do Pai, caminhada que ela pregou e defendeu durante toda sua vida, pela fé, um dia descansar nos braços do Pai Eterno.

A capela de São Pedro, em Canto dos Ganchos, encontra-se em atividade desde o ano de 1942, e uma de suas principais lideranças foi, Alda de Oliveira Duarte.

Missionária da fé, Alda abraçou essa causa de forma voluntária desde o final da década dos anos de 1980.

A presença de Alda, sempre foi notada nas celebrações, desde os batizados até os cultos funerais, que na ausência do padre, é ela quem fazia.

Foram dezenas de padres que por ali passaram, de catequistas que colaboraram com a igreja, diversos membros da comunidade que deram suas contribuições na diretoria da capela, e todos lembram da dona Alda que marcava presença constante na igreja, e que sempre estendia as mãos a todos.

Alda era filha de Elói Antonio de Oliveira, e Ermínia Lobo de Oliveira.

Quando criança e adolescente, viveu ao lado dos pais, crescendo num ambiente saudável em família, dividindo brincadeiras com os irmãos e primos.

Nativa de Garopaba, onde o pai trabalhava, veio com a família aos sete anos de idade para Canto dos Ganchos, no lugar denominado Ponta, uma pequena praia, que pela proximidade com a Ponta de São Simão, levou esse nome.

Na escola teve como professores o senhor Belarmino Azevedo, e a prima, Alcina das Mercês., do qual, muito falamos e ela dizia sentir muita saudade.

Boa aluna, atenciosa e com uma postura invejável, era sempre elogiada pelos professores e colegas.

Aos 13 anos de idade, por ser destaque, Alda assume a regência de uma turma de alunos substituindo a professora Dulce Godinho, que por problemas de saúde teve que se afastar por uns meses.

Em 1962 com a inauguração do novo grupo escolar Abel Capella, no bairro de Canto dos Ganchos, é chamada a lecionar, permanecendo durante um ano letivo, sendo interrompida suas atividades para o ano seguinte por ser necessário ter o Curso Normal. Em função dos poucos recursos que a família tinha, foi impossível naquele momento Alda, ir para Biguaçu estudar.

A vida era difícil, numa época em que não havia muitas oportunidades de emprego, e o pai era pescador, o que nem sempre dispunha de recursos, visto a família ser muito grande.

Mesmo assim, Alda não se deixou abalar, buscou na religião o caminho para viver sua vocação.

Dessa forma, se tornou catequista na igreja, sendo umas das primeiras catequistas na capela São Pedro, e muito requisitada, pelo maneira que ensinava, tanto para as crianças da 1ª Eucaristia , como para os crismando,.

Em 1964 Alda casou com Elson Silva Duarte (1942 – 2006), e tiveram 4 filhos: Elcia, Elói, Eliane e Lígia.

Alda se despede desse mundo, e partiu para a eternidade, deixando um legado de fé, trabalho voluntário voltado as causas religiosas, onde se destacou e foi muito respeitada por todos.



WhatsApp