Coluna do Décio: Rejeitados querem voltar a cena

Rejeitados querem voltar a cena

 

A foto só vem a confirmar a estratégia declarada do trio biguaçuense que vão fazer de tudo para voltar a CENA.

Nos bastidores eles já vem dizendo, devem pensar que o povo não compara, que a volta deles frente a administração pública municipal é um fato devido o apoio que terão dos bolsonaristas da cidade. Ignoram até a rejeição dos nomes deles para se candidatarem a prefeito do município. Em recente pesquisa feita pela IPC (Instituto de Pesquisa Catarinense) em julho de 2023 no questionamento sobre em quem você não votaria de jeito algum para prefeito de Biguaçu a vereadora Salete Cardoso, que aparece bem sorridente no lado do governado Jorginho Mello (PL), foi a mais rejeitada com 19,3%. Já o ex-prefeito e seu vice na época, Ramon Wollinger e Vilson Alves aparecem com 6,7% e 6% respectivamente. Mesmo com números de rejeição altos o trio ensaia um projeto de poder que visa retornar a prefeitura municipal.

Foto: Trio que apareceu com alto nível de rejeição em pesquisa quer voltar a governar Biguaçu (Foto Reprodução)

 

Quem será o candidato entre eles?

 

A especulação na oposição é saber quem será o candidato entre eles que disputará a prefeitura de Biguaçu no ano que vêm contra a reeleição de Salmir Silva (MDB). A Salete (PL), por ser a principal aliada do governador bolsonarista Jorginho Mello, é a mais cotada. No entanto a vereadora tem muita dificuldade em unir lideranças partidárias. É difícil ouvir um presidente de agremiação política dizer que confia na Salete e muitos são unânimes em salientar que não acreditam no que a vereadora promete.

Por já estar distribuindo cargos estaduais que ganhou do governador para poder conseguir aliados na cidade, Salete pode conseguir lá no fim do túnel mais apoio para uma candidatura majoritária. No entanto seu passado e gênio distanciam essa possibilidade mas como política se move como as nuvens, como dizia o saudoso Ulisses Guimarães, tudo pode acontecer. Só para se ter ideia do que o cargo dado pode fazer, um exemplo claro é do atual vereador Pissudo (PP) que num passado não muito distante já teve suas querelas com Salete, mas agora como um familiar próximo foi agraciada com um cargo comissionado no governo do estado por causa do apoio da vereadora ele defende Salete, vejam só, com uma opção “estratégica” para governar o município.

Foto: Pissudo defende candidatura majoritária de Salete por causa do emprego ganho no estado para um familiar (Foto Divulgação).

 

Conto da carochinha

 

Salete Cardoso já vem dizendo que é candidatíssima a prefeito em 2024. Foi a mesma coisa que ela fez em 2016 e em 2020. Quem não lembra quando ela jurava de pés juntos que seria candidata a prefeita e que por causa disso convidava uma legião de candidatos a vereador com o objetivo de fortalecer o seu partido e ludibria-los com a possibilidade deles se elegerem?

Depois de trazer um bocado de ingênuo, não era mais candidata a prefeita e se lançava novamente a disputa para a câmara de vereadores. Os “patos” que trazia como candidatos a vereadores para a legenda não podiam mais sair do partido e acabavam se candidatando dando legenda para Salete ganhar as eleições para vereadora. Nas eleições de 2016 e 2020, eleições que ela afirmava com todas as letras que seria candidata a prefeita, foi exatamente assim. Ela acabou pipocando para ir na majoritária e se lançou como vereadora sendo a única a se eleger deixando os “ludibriados” a ver navios depois de eleita. Será que ela conseguirá no ano que vêm trazer mais trouxas com esse conto da carochinha?

Foto: Salete: jurava de pés juntos que seria candidata a prefeita em 2016 e 2020 e depois, com a nominata de candidatos a vereadores preenchidos em seu partido, mudava de discurso e se lançava-se a vereadora sempre sendo a única eleita (Foto divulgação)

 

Ex-prefeito Ramon Wollinger quer voltar a CENA

 

As eleições majoritárias do ano que vêm é outra oportunidade para o ex-prefeito de Biguaçu. Visualizando a rejeição de Salete, sabendo que Vilson Alves, seu vice que foi candidato derrotado a prefeito em 2020, deve se candidatar a vereador e que segundo a mesma pesquisa citada anteriormente 32 % da população de Biguaçu disseram que com certeza votaria num candidato indicado por Bolsonaro, Ramon Wollinger, entre viagens a Europa, passeios a Gramado e churrascos em mansões na praia, já começa a se articular e é claro abraçar Salete em fotos juntas com o governador do PL.

A história política de Ramon sempre foi assim: agarrou-se no passado ao empresário Castelo e foi seu vice-prefeito em duas ocasiões. Depois virou prefeito quando o empresário, por motivo de saúde, renunciou ao cargo. Reelegeu-se com amplo apoio político e econômico e depois de eleito deixou a maioria dos aliados na mão e foi o prefeito mais hostil com a imprensa local. Assumiu o apoio a candidatura a prefeito de seu vice em 2020 na última hora. Essa demora em pedir voto ao Vilson Alves e uma gestão pífia foram os ocasionadores da derrota de seu “aliado”.

Agora Wollinger, quer com a benção dos bolsonaristas, voltar a cena e ser pela terceira vez candidato a prefeito de Biguaçu. Será que ele terá o mesmo apoio político. Numa volta dele ao poder uma certeza já se tem (os aliados podem ficar a ver navios novamente): sua irmã Karoline Wollinger voltará a mandar na gestão.

Foto: Ramon quer voltar a CENA. Na foto com a irmã Karoline, que com certeza terá cargo no primeiro escalão caso Ramon volte a ser prefeito de Biguaçu (Foto Divulgação)

 

Castelo só entra em disputa se o Tuta for candidato

 

Outro nome que aparece na oposição que poderia aglutinar apoios para uma candidatura majoritária ano que vêm é de José Castelo Deschamps. O empresário já foi prefeito duas vezes e trouxe muitas obras para a cidade como o hospital de Biguaçu e a macrodrenagem que acabou com as enchentes no município. No entanto em seu segundo mandato Castelo renunciou. Será que conseguiria novamente a confiança dos votos da população? E outro fato que pesa contra o empresário é ter deixado um vice para governar. Ramon, seu vice,  apesar de ser formado em administração deve ter faltado as aulas que ensinavam a ser gestor pois deixou um legado de falta de projetos, inoperância pública e gestão entre quatro paredes voltados aos apadrinhados. Com certeza, numa disputa eleitoral, seus opositores levantariam essa lebre: vote no Castelo e seu vice governará.

Mas se depender de Castelo uma candidatura novamente a prefeito está totalmente fora de questão. Sua família que é totalmente contra um retorno dele a vida pública e até mesmo sua saúde falam mais alto. Uma ínfima possibilidade do empresário voltar a disputar uma eleição seria com a efetiva candidatura majoritária do ex-prefeito Tuta.

Nos bastidores da política local brincam em dizer que pra ver o Castelo candidato basta colocar o Tuta para uma disputa a prefeito no ano que vêm.

Brincadeira a parte, mas se isso vier a acontecer, o empresário tem que pensar muito bem em quem será o seu vice para não estragar tudo novamente.

Foto: Castelo: brincadeira que corre na cidade é que o empresário só seria candidato a prefeito novamente se Tuta resolvesse pleitear a mesma disputa ano que vêm (Foto: divulgação)

 

Tuta candidato enfraquece Salmir

 

Outra especulação nos bastidores da política de Biguaçu é de uma provável candidatura do ex-prefeito Tuta. Isso racharia a atual gestão porque Tuta foi aliado de Salmir e contribuiu muito com a vitória do atual prefeito em 2020. Mas essa é uma hipótese distante até porque Tuta hoje é considerado inelegível (pode até conseguir e mudar esse fato na justiça eleitoral antes das eleições). E uma separação dessas só ajudaria a oposição até porque na pesquisa feita em julho os mais citados no questionamento estimulado são justamente Salmir e Tuta com 24% e 23,3% respectivamente. Quem vem atrás deles é o empresário Castelo com 13,3%. Percebe-se que a soma de Salmir e Tuta praticamente chega a metade das intenções de votos. Rachar essa tendência é dar as eleições de bandeja para a oposição.

Foto: Tuta está inelegível hoje segundo justiça eleitoral (Foto Divulgação)

Alexandre continua o vice dos sonhos

 

Outro com densidade eleitoral que pode ser considerado uma peça do xadrez político das próximas eleições em Biguaçu é o vice-prefeito Alexandre Martins (Podemos). Na pesquisa estimulada ele aparece com 10,3% de intenção. É uma liderança em ascensão que poderia incomodar. Tanto é verdade que o PSD, partido de oposição em Biguaçu, já o convidou a se filiar nessa sigla e ser o candidato a prefeito por eles em 2024. Martins, apesar da pressão, não aceitou. Ele é fiel ao Salmir e continuará a ser o candidato a vice na reeleição do prefeito. Uma traição dessas quebraria precocemente o futuro político do atual vice na cidade.

Foto: Alexandre Martins não aceitou se filiar ao PSD para ser candidato a prefeito por lá no ano que vêm (Foto Divulgação)


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