Rompimento entre João Rodrigues e Jorginho Mello escancara guerra da direita catarinense para 2026

Pré-candidatura do prefeito de Chapecó ao Governo do Estado desafia hegemonia bolsonarista de Jorginho e provoca racha no campo conservador de Santa Catarina

Foto: A disputa pelo comando da direita em Santa Catarina promete ser feroz se o confronto for entre Mello (PL) e Rodrigues (PSD) ( Foto Divulgação)

Por Décio Baixo Alves
 
Durante muito tempo, afirmei com segurança: João Rodrigues não seria candidato ao Governo de Santa Catarina em 2026 — nem aqui, nem na China. E disse isso com convicção, porque a lógica política indicava que não haveria espaço para duas candidaturas fortes do mesmo espectro bolsonarista no Estado. João Rodrigues, prefeito de Chapecó, é um bolsonarista de primeira hora. Jorginho Mello, atual governador de Santa Catarina, também. Mas, diferentemente do que muitos pensam, eles não estão no mesmo partido. Rodrigues é filiado ao PSD, enquanto Jorginho é do PL — partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
 
Com Jorginho buscando a reeleição e contando com a bênção direta de Bolsonaro, o caminho natural para João Rodrigues seria outro — o Senado, por exemplo. Uma candidatura ao Senado, aliás, faria sentido dentro da estratégia nacional do ex-presidente, que deseja eleger uma maioria conservadora na Casa para, entre outros objetivos, conter e enfrentar os ministros do Supremo Tribunal Federal. Afinal, é o Senado o único órgão constitucionalmente autorizado a afastar um ministro do STF. E Bolsonaro sabe disso.
 
Mas o jogo virou. E virou feio.
 
O que se desenha agora é um embate direto entre dois dos maiores nomes da direita catarinense. João Rodrigues não apenas lançou sua pré-candidatura ao governo como passou a atacar abertamente a atual gestão estadual. Em tom inflamado, acusou jornalistas — pagos com recursos do governo estadual, segundo ele — de promoverem ataques orquestrados contra sua imagem. O recado foi claro, e o destinatário também: o governador Jorginho Mello.
 
Nos bastidores, o que antes era uma aliança sólida virou uma disputa aberta e barulhenta pelo comando do Estado. Um racha cada vez mais irreversível no bolsonarismo catarinense. E o que antes parecia improvável — dois candidatos de direita em campos opostos — agora é uma realidade próxima.
 
Para acirrar ainda mais esse cenário, Bolsonaro articula a candidatura de seu filho, o vereador carioca Carlos Bolsonaro, ao Senado por Santa Catarina. Ele deve transferir seu domicílio eleitoral para o Estado, o que praticamente fecha qualquer chance de João Rodrigues disputar essa vaga. Com o espaço na majoritária tomado, o prefeito de Chapecó parte para o tudo ou nada: enfrentará Jorginho Mello nas urnas, mesmo que isso divida a base bolsonarista em Santa Catarina.
 
A guerra está escancarada. João Rodrigues não recuou — ao contrário, subiu o tom e deixou claro que está no jogo para valer. E Jorginho Mello, por sua vez, também não pretende abrir mão da reeleição. Quem vai arbitrar esse duelo? Bolsonaro? O eleitor? O próprio PL? A resposta virá nas urnas, em 2026.
 
Mas uma coisa já é certa: a disputa pelo comando da direita em Santa Catarina promete ser feroz — e histórica.
 
Abaixo o leitor poderá clicar na nota feita em 25-03-2025 onde esse colunista escrevia que uma provável candidatura a governador em 2026 pelo prefeito de Chapecó não aconteceria "Nem aqui e nem na China" 
 

https://jornaisemfoco.com.br/poster-pub/coluna-do-dcio-joo-rodrigues-no-candidato-a-governador-nem-aqui-e-nem-na-china

 

Já no link abaixo está o vídeo de João Rodrigues atacando jornalistas "pró governo" que ele divulgou ontem (domingo 29-06-2025).

 

https://www.instagram.com/reel/DLfRwJrs1g0/?igsh=emc1czgyb29kZnlm

 

 

 

 

 


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