Topázio Neto (PSD), candidato a reeleição na Prefeitura de Florianópolis, foi entrevistado nesta quarta-feira (25) no Jornal do Almoço, da NSC TV. A sabatina integra série de entrevistas com os postulantes à prefeitura da capital de Santa Catarina.
A entrevista teve duração de 30 minutos e foi feita pelos jornalistas Laine Valgas e Raphael Faraco. Entre as perguntas, Topázio respondeu sobre operações contra corrupção na prefeitura e como evitar casos, saúde pública, a mudança da UPA Sul vagas em creches, saneamento básico, mobilidade urbana, internação voluntária de pessoas em situação de rua, contas públicas e educação.
Confira algumas das respostas (confira a íntegra da entrevista no vídeo acima):
Operações recentes e combate à corrupção
"Como evitar isso numa próxima gestão? Exatamente melhorando os controles da prefeitura. Quando você tem uma controladoria, quando eu crio agora na minha gestão a carreira de auditor dentro da prefeitura para acompanhar os processos, acompanhar tudo que acontece, onde nós criamos regras de bons procedimentos dentro da prefeitura, onde eu vou, na Polícia Civil, faço um convênio com a Polícia Civil para ela nos apoiar em investigações que ultrapassam as barreiras da prefeitura, a Polícia Civil hoje é nossa parceira para fazer as investigações. Então, eu te diria que para evitar novos casos é aumentar muito como eu tenho feito a nossa capacidade de controle dos processos"
"Nós já estamos implementando. Nós agora acabamos de lançar um plano, tem uma palavra complicada, que é um plano de Compliance que é exatamente a aderência dos processos da prefeitura tudo que é legal, o nosso controlador do município está capacitando todas as pessoas da prefeitura, nós temos uma pessoa da Controladoria dentro de cada secretaria para acompanhar o que acontece. É dessa forma que a gente vai fazer. E só para fechar, muito rapidamente, uma atitude que eu tomei foi colocar servidores de carreira nas principais secretarias do município. Então, na área de educação eu tinha a professora da rede que era secretária de educação, na área de habitação e desenvolvimento urbano eu tenho uma servidora de carreira que está. Infraestrutura e mobilidade é um servidor de carreira. Isso é importante, porque você põe pessoas que vão ficar na prefeitura durante muito mais tempo do que o prefeito, o prefeito quando terminar a gestão, ele sai, mas os servidores ficam".
[E quem audita o auditor? Quem confere tudo isso também?] "O Tribunal de Contas do Estado, o Ministério Público, a Polícia Civil, todos os órgãos de controle que auditam o município, auditam também o nosso controlador-geral".
[O senhor consegue garantir que esse tipo de situação não vai se repetir mais?] "Não, eu não consigo. O que eu posso dizer é o seguinte, eu consigo garantir que todos os melhores esforços serão feitos. Mas quando eu comecei a mexer nisso, eu sabia que iam aparecer outras coisas. E quando você vai lá, cria uma Controladoria-Geral, dá 35 servidores para o controlador-geral, diz o seguinte: 'Ó, eu não quero mais nenhum processo aqui que não seja auditado por vocês'. Ele começa a trabalhar, começa a levantar e a gente vai ajustando. No período do ajuste vão surgindo coisas, você vai levando para o Judiciário, vai fazendo aquilo que é necessário".
Saúde pública, marcação de exames e transferência da UPA Sul
"Vamos lembrar que em nove meses a gente criou um multi-hospital, já instalado lá no antigo aeroporto, que tem já trabalhado muito para baixar as filas de espera para exames especializados e consultas especializadas. Nós vamos lembrar que saímos no ano de 2022 de uma pandemia, onde as pessoas pararam de fazer exames e não saíam de casa nem para fazer exames. Isso acumulou um volume de exames em atraso muito grande. Nós estamos colocando isso em dia, já resolvemos, praticamente resolvemos os exames laboratoriais, que também tinha fila, e nós estamos agora praticamente de uma semana para outra, a pessoa já consegue fazer exames. Estamos contratando ultrassonografia, uma série de exames na rede privada, e mais ainda, pela primeira vez, a prefeitura vai ter, por exemplo, um equipamento para fazer endoscopia, colonoscopia, sem depender da rede privada".
"As filas dos postos de saúde, teoricamente, não deveriam existir. Porque o posto de saúde é de atenção básica, as pessoas vão para lá com consultas marcadas. Se for alguma coisa de emergência, as pessoas deveriam ir à UPA. Mas é cultural, as pessoas vão de manhã cedo nos postos de saúde para tentar uma consulta encaixada, marcar o seu exame, pegar um resultado. Nós implementamos o Alô Saúde, que é um serviço 0800, gratuito, onde toda pessoa do município pode marcar sua consulta no posto de saúde sem sair de casa, pelo 0800. O posto abre às sete da manhã e as pessoas vão para lá com consultas marcadas. As pessoas chegam às 6 ou às 5 para chegar em primeiro lugar ali no posto de saúde. Mas não é aquilo que vai definir se ela vai ser atendida ou não, porque quando você vai no posto de saúde a sua consulta já está marcada. Ou você vai lá pegar um remédio que você tem que pegar, tanto é que quando você passa nos nossos postos de saúde 9, 10 horas da manhã, o movimento já acabou, as pessoas já resolveram o seu assunto. Eu não consigo fazer com que as pessoas usem o telefone 0800 antes para marcar suas consultas e vão só no horário da consulta marcada, não precisando ir de madrugada. Você tem nos postos de saúde uma grande placa que mandei colocar em todos os postos com o nosso 0800 dizendo o seguinte: 'antes de vir ao posto de saúde, ligue no 0800, marque o horário da sua consulta, marque o seu número e que venha só no horário'".
"Por que tomamos a decisão de criar uma nova UPA lá no multi-hospital? Aquela UPA que existe hoje lá no Rio Tavares, ela está instalada num prédio irregular, num terreno irregular, onde, por exemplo, toda a questão do esgoto naquela UPA é muito difícil. Os servidores que trabalham lá sabem que o ambiente era muito ruim para se trabalhar, porque era um ambiente que não era adequado para a UPA. E para eu fazer qualquer tipo de reforma, tinha que desativar aquela UPA lá dentro para reformar todo o prédio. Nós criamos uma UPA nova lá no Multi-hospital, que está sendo um sucesso, porque as pessoas estão se direcionando para a nova UPA, ao invés de usar a UPA do Rio Tavares, que está aberta. Tem gente que diz que não está aberta, mas não está lá. Qual é a nossa ideia? A hora que a gente retirar a UPA de lá para poder reformar o prédio, nós vamos transformar aquele prédio da antiga UPA num centro de referência para crianças autistas, onde a gente possa atender as crianças e de forma inovadora as famílias. Nós temos, e todo mundo sabe, um volume crescente de crianças com deficiência, em especial com espectro autista na cidade, e nós precisamos dar um tratamento diferenciado E aquele prédio vai ser transformado num equipamento público para atender as crianças e as famílias. É diferente você reformar um prédio para ser um centro de atendimento de autista e reformar um prédio para ser uma UPA. Primeiro, que a reforma de uma UPA levaria um mínimo de um ano e meio, dois anos. Onde é que eu colocaria a UPA, que está lá hoje, durante a reforma? Segundo, uma UPA, você tem toda a rede de gases, oxigênio, etc. É uma reforma completamente diferente. Para você montar consultórios, consultórios para terapia, etc. É uma reforma muito mais simples e muito mais alta".
"Nós temos linhas de ônibus diretas do terminal, lá para o novo multi-hospital. Nós estamos fazendo um novo acesso para o Multi-hospital. Estamos fazendo um novo acesso por dentro do loteamento Santos Dumont. O volume e a qualidade de atendimento na nova UPA, que inclui a pediatria, inclui toda a parte de exames, tem sido muito elogiado pela comunidade. Então, nós temos que ver, porque andar cinco, dez minutos a mais, tem dado a qualidade de atendimento e serviço muito maior. Além disso, você vai na UPA e precisa de uma pequena cirurgia. Já tem o hospital do lado. Precisa de um exame, já tem toda a estrutura ao lado".
Educação básica, vagas em creche e dados do IDEB
"As creches do município tem um padrão muito bom, hoje temos 1.400 vagas de cresche sobrando. As pessoas podem dizer que não tem onde colocar o filho no bairro e não tem vaga. Temos em toro de 400 crianças esperando vagas por creche e tenho 1.400 vagas sobrando em outros locais. A prefeitura não tem como controlar por onde a cidade cresce, tem pessoas do Rio Grande do Sul. Quando elas vêm eu não consigo dizer: 'olha, vai morar em tal lugar que lá ela tem vaga de creche'. As pessoas moram onde dá, uma situação emergencia. Onde temos vaga sobrando vamos aumentar a nossa cobertura de vaga integral, daquelas vagas que sobram. Onde temos vagas faltando, estamos construindo mais estrutura e eventualmente contratando vaga na rede privada".
"A gente tem que entender o número do IDEB. O número do IDEB é que nem quando você está em casa e o seu filho está com febre, você vai pegar o termômetro para medir a febre. Se o termômetro está quebrado, você pode ter uma avaliação errada e dizer não, o meu filho não está com febre, ou está com uma febre muito alta. E o que acontecia em Florianópolis era exatamente isso. Antes da nossa gestão, que começou há dois anos atrás, se fazia a pesquisa dos números do IDEB no volume muito pequeno de escolas. Então você pesquisava, por exemplo, nos anos finais, oitavo e nono ano, em apenas seis escolas quando nós temos mais de 40 escolas de anos finais do município. O que nós fizemos agora foi um esforço muito grande dos nossos professores, da nossa gestão da educação e pesquisamos para a última avaliação do IDEB, mais de 80% das escolas do município participaram da pesquisa do IDEB. E a partir de agora, eu tenho um número real. Tendo um número real, tendo um diagnóstico correto, a gente começa agora um trabalho grande junto com os professores para desenvolver um grande projeto para a requalificação de todo o ensino, incluindo inclusive novas disciplinas que vão ajudar nas crianças na sua vida futura como empreendedorismo, educação financeira, um foco muito grande no esporte e naquelas matérias estruturantes, português e matemática. Isso vai ser feito no planejamento que nós já fizemos na secretaria junto com nossos professores".
"Nós temos uma rede absolutamente qualificada no município. Proporcionalmente o número de mestres autores da nossa rede se compara as melhores capitais do Brasil, ultrapassando muitas delas. Os professores são comprometidos, nós somos uma das capitais que na minha gestão assumiu o piso do magistério já nos primeiros meses quando saiu o piso lá atrás nós já repassamos o piso para todo o magistério e nós temos que continuar agora numa discussão com os professores para melhorar cada vez mais as condições do trabalho. Nós temos discussões importantes para entender o que é que eu preciso fazer na rede agora tendo em vista que a nossa infraestrutura de escolas foi apontada pelo Tribunal de Contas do Estado como na sua grande maioria ou excelente ou muito bom. Então infraestrutura, equipamentos, merenda, isso não nos falta, o que está faltando agora é a gente conseguir transformar tudo isso em indicadores do IDEB".