A Mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, é uma doença viral zoonótica, o que significa que pode ser transmitida de animais para humanos. A doença é causada pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero Orthopoxvirus.
A doença foi identificada pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa, o que deu origem ao nome “varíola dos macacos”. Já o primeiro caso humano foi registrado em 1970 na República Democrática do Congo.
Surto de Mpox
Em resposta à gravidade do surto recente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de mpox como uma emergência global de saúde, destacando a necessidade urgente de ações preventivas em nível mundial.
A decisão ocorreu em meio à rápida disseminação de uma nova variante da doença, especialmente na República Democrática do Congo, onde quase 14 mil casos e 450 mortes foram registrados apenas este ano.
Como acontece a transmissão?
A mpox é uma doença viral que pode ser transmitida de várias maneiras. As principais formas de transmissão são:
- Contato com feridas: pode ocorrer através do contato direto com as lesões cutâneas de uma pessoa;
- Fluidos corporais: pode ser transmitida por meio do contato com fluidos corporais de uma pessoa infectada, como sangue, saliva, urina ou secreções respiratórias;
- Objetos contaminados: pode se espalhar através do contato com objetos, roupas de cama, toalhas ou superfícies contaminadas com o vírus;
- Contato com animais infectados: transmissão zoonótica, ou seja, de animais para humanos, pode ocorrer através do contato com animais selvagens infectados, especialmente roedores e primatas.
Quem está mais vulnerável?
Indivíduos imunocomprometidos, como aqueles com HIV/AIDS, pacientes em tratamento de câncer, receptores de transplantes de órgãos ou aqueles em terapia imunossupressora, estão em maior risco de complicações graves devido à capacidade reduzida de combater infecções.
Nesses indivíduos, a Mpox pode se apresentar com maior gravidade, e o curso da doença pode ser mais longo e difícil de tratar.
Além desse público, crianças, profissionais de saúde também estão entre os mais vulneráveis à infecção.
Sintomas: como identificar?
A doença apresenta um conjunto característico de sintomas que podem variar de gravidade. Identificar os sintomas da mpox é crucial para o diagnóstico e tratamento precoce.
Os sintomas geralmente duram entre 2 a 4 semanas e entre os principais estão:
- Febre alta, sendo esse o primeiro sinal da doença, podendo ser acompanhada de calafrios;
- Dores de cabeça intensas;
- Dores musculares – comuns nos estágios iniciais da doença;
- Dores nas costas;
- Linfadenopatia – característica distinda da mpox – podendo aparecer ao redor do pescoço, axilas e virilhas;
- Exaustão e fadiga são comuns;
- Erupções cutâneas podem iniciar entre um a três dias após a febre. As lesões iniciam no rosto e se espalham para o restante do corpo.
Estágios avançados da doença
Os estágios mais graves da doença apresentam uma piora significativa nos sintomas.
O sintoma mais comum é a evolução das erupções cutâneas. Elas passam de manchas para elevações, e depois para bolhas líquidas, que ficam cheias de pus.
As lesões podem deixar cicatrizes na pele, além de serem dolorosas e grandes.
Como se prevenir da mpox?
A prevenção da mpox envolve uma combinação de medidas de higiene pessoal, uso de equipamentos de proteção, e conscientização sobre as formas de transmissão.
Entre as prinicipais formas de se prevenir da doença, estão:
- Higiene das mãos com água e sabão
- Uso de álcool em gel
- Boa hidratação e nutrição
- Isolamento
- Limpeza de objetos e roupas
- Vacinação
Cuidados adicionais durante o surto global
Durante um surto global de mpox, é essencial adotar cuidados adicionais para minimizar o risco de infecção e controlar a disseminação do vírus.
Para quem planeja viajar para regiões afetadas pela mpox, é crucial seguir recomendações específicas para proteger a si mesmo e aos outros.
Entre as principais recomendações, estão:
- Verificação de informações de surtos e recomendações de viagem;
- Consultar sobre vacinação contra a varíola, especialmente se estiver indo para uma área endêmica;
- Manter rigorosa a higiene pessoal;
- Fazer o uso de máscaras e luvas;
- Evitar aglomerações e manter distanciamento social;
- Desinfetar objetos pessoais e roupas;
- Consumir alimentos bem cozidos e beber água tratada;
- Levar kit de primeiros socorros;
- Monitorar sintomas e seguir diretrizes sanitárias internacionais.
Existe vacina contra a mpox?
Sim, existe uma vacina que pode ajudar a prevenir a doença. Atualmente, as principais vacinas utilizadas globalmente para prevenir a mpox são a ACAM2000 e a Jynneos (também conhecida como Imvamune ou Imvanex).
Estas vacinas são eficazes contra a varíola e têm mostrado eficácia na prevenção da doença devido à similaridade entre os vírus e são disponibilizadas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Cientistas estão trabalhando em novas vacinas específicas para a mpox que possam oferecer proteção mais direcionada e com menos efeitos colaterais.
O que fazer em caso de suspeita de infecção?
Diante da suspeita da infecção pela mpox, é importante buscar atendimento médico para o diagnóstico. Os métodos utilizados para diagnosticar a mpox incluem exames clínicos, laboratoriais e procedimentos de diagnóstico diferencial.
A avaliação inicial geralmente envolve um exame clínico detalhado dos sintomas e histórico do paciente. Na sequência, exames de laboratório, como o PCR – para detectar o DNA da doença – e sequenciamento genético (pode ser utilizado para confirmar a identidade do vírus e monitorar possíveis mutações ou variantes), são feitos.
Tratamento
O tratamento da Mpox é principalmente sintomático e envolve o manejo das complicações e suporte clínico adequado para garantir a recuperação do paciente.
Durante o tratamento, é importante fazer o uso correto dos antibióticos e genéricos, além de realizar os cuidados adequados com as lesões, se manter sempre hidratado e bem nutrido.
Também é de extrema importância fazer o monitoramento contínuo dos sintomas, além de se isolar para evitar possíveis transmissões.