Foto: Em 2024, Jorginho Mello (PL) apoiou Tuta (PSD) e Salete (PL) nas eleições municipais de Biguaçu; seis meses depois, aparece ao lado de Salmir e Alexandre, vencedores do pleito, e já articula nos bastidores a possível candidatura de Alexandre pelo PL em 2028 (Foto Divulgação).
A política é feita de gestos, discursos e, muitas vezes, de reviravoltas. Em Biguaçu, esse movimento ficou evidente nos últimos meses. Em 2024, durante as eleições municipais, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), entrou de cabeça na campanha da chapa formada por Tuta (PSD) e Salete (PL). Pediu votos, declarou confiança e garantiu que aquele era o projeto ideal para o futuro da cidade.
No entanto, nas urnas, o recado da população foi claro: com mais de 70% dos votos válidos, Salmir e Alexandre conquistaram a reeleição de forma avassaladora, deixando Tuta e Salete para trás, mesmo com o apoio direto do governador.
Seis meses depois, em abril de 2025, o cenário mudou. Jorginho Mello agora aparece ao lado de Salmir e Alexandre, elogiando a gestão e sinalizando afinidade com os vencedores do pleito. Nos bastidores, o governador já articula para que Alexandre, atual vice-prefeito, se filie ao PL e seja o nome do partido na disputa pela Prefeitura de Biguaçu em 2028.
A mudança repentina de posicionamento reforça a célebre frase de Ulysses Guimarães, in memoriam: “Na política, as opiniões e os apoios mudam como as nuvens.” No caso de Jorginho Mello, a virada não foi uma simples mudança de tempo — foi uma trovoada de verão: rápida, barulhenta e inesperada.
O movimento surpreende, especialmente para o eleitor que, em 2024, acreditou nas palavras de Jorginho e votou em Tuta e Salete confiando em seu julgamento político. Agora, ao ver o governador lado a lado com os adversários de ontem, resta o questionamento: o que muda para quem seguiu seu apoio anterior?
Por outro lado, a aproximação com Salmir e Alexandre pode ser interpretada como uma leitura pragmática do novo cenário político local. Com aprovação em alta e força nas urnas, a dupla representa estabilidade e força eleitoral — atributos que interessam a qualquer legenda, inclusive ao PL.
O fato é que, em Biguaçu, a política segue seu curso com alianças que se reformulam conforme os ventos do poder. E 2028 já começa a ser desenhado — ainda que nos bastidores.
E agora, fica a pergunta: cadê o Tuta e a Salete na foto? O que aconteceu com os nomes que, até ontem, eram o futuro do município nas palavras do próprio governador?