Florianópolis: Lela: “Quero fazer Florianópolis se ver livre das catracas de ônibus”

Candidato do PT à prefeitura propõe municipalizar o transporte com ônibus elétricos e realizar auditorias nos contratos da prefeitura para combater a corrupção.

Lela é candidato à prefeitura de Florianópolis (SC) pelo PT. (Foto: PT/Divulgação)

Candidato à prefeitura de Florianópolis pelo PT, Vanderlei Farias, o Lela, 46 anos, defende a implementação do transporte público municipalizado e sustentável, com ônibus elétricos. Para isso, promete criar um fundo com recursos de impostos arrecadados pelo município de estacionamentos rotativos, do vale-transporte que as empresas pagam aos funcionários, além de buscar financiamento com o governo federal.

“Eu quero até o final do mandato fazer a cidade se ver livre das catracas dos ônibus. O transporte coletivo vai ser gratuito, assim como diz o artigo sexto da Constituição, que é a garantia do transporte, como garantia à saúde, à alimentação, à moradia”, afirmou o candidato em entrevista à Gazeta do Povo.

A candidatura de Lela representa a volta do PT na disputa pela prefeitura da capital catarinense depois de 16 anos. Ele, que foi vereador de Florianópolis, se apresenta nas propagandas de rádio e TV e também nas redes sociais como o candidato de Lula em Florianópolis.  “A gente se assume mesmo como a candidatura do presidente Lula, porque as capitais têm que fazer esse protagonismo e mostrar quem é o presidente que está trazendo recursos para todo o estado de Santa Catarina”, disse.

Na entrevista à Gazeta do Povo, Lela falou ainda sobre propostas para aumentar a transparência na prefeitura de Florianópolis, defendeu a ampliação de servidores na Guarda Municipal, com a aposta em tecnologia, e ainda prometeu, se eleito, contratar professores efetivos para melhorar a qualidade da educação básica na capital. Todos os candidatos à prefeitura de Florianópolis foram convidados pela reportagem da Gazeta do Povo para entrevista.

 

Leia a entrevista com o candidato Lela

Florianópolis teve caso de suspeita de corrupção na prefeitura, inclusive com um secretário preso. A situação traz à tona a necessidade de medidas de combate à corrupção, que passam pela transparência de informações de contratos, licitações, investimentos, uso de recursos pela prefeitura. Que medidas práticas o senhor pretende adotar para aumentar a transparência da prefeitura e coibir casos de corrupção? 

A gente tem os recursos da prefeitura e normalmente os gestores reclamam que tem pouco (recurso) para poder atender tanta demanda da cidade, então significa que a população que paga os impostos e serviços públicos querem receber essa devolução. Nada mais justo do que ter, realmente, uma gestão mais eficiente e que possa ser transparente para poder evitar (casos de corrupção). A prefeitura de Florianópolis está entre as piores capitais em transparência pública. E nós estamos falando de Florianópolis, que é considerada o Vale do Silício, com tecnologia, startups, uma cidade que tem a maior conta arrecadadora vinda da tecnologia e nós temos uma prefeitura em que os sistemas das pastas não dialogam.

 

O site de transparência da prefeitura, o site da própria prefeitura, se você buscar alguma informação acerca de contratos, de prestação de serviço ou de obras, não consegue entender ou tem poucas informações. O próprio Tribunal de Contas cobra isso da prefeitura e não é de hoje, já vem de alguns anos, sofrendo com a má gestão na cidade, que não prioriza a transparência pública. Mas no início do nosso mandato, a gente já quer, nos primeiro dias, determinar uma auditoria em todos os contratos da prefeitura de Florianópolis. Uma auditoria externa acompanhada  por outros órgãos de controle, mostrando que a gente tem esse compromisso com a cidade de respeitar os interesses públicos, respeitar recursos arrecadados dos impostos dos cidadãos, que acabam contribuindo, consumindo, prestando serviço, empreendendo na cidade.

Então a gente vai fazer as auditorias, implementar (sistema de) inteligência na prefeitura de Florianópolis, para poder criar mecanismos que a gente possa realmente ter uma gestão mais eficiente, com transparência. E nada mais justo porque é um princípio da administração pública. Eu como gestor público, minha formação é de Gestão Pública, vejo que isso é uma das maiores falhas, parece até mesmo ser proposital, porque casos de corrupção vão surgindo a cada mês. Nos últimos oito meses, quatro operações policiais na prefeitura e na Câmara, e isso demonstra que tem algo de errado acontecendo.

A gente também tem que buscar aqui dentro da prefeitura estabelecer um pacto de um novo modelo de gestão, que priorize a valorização dos servidores de carreiras para poder ocupar espaço na prefeitura, que se priorize esse tipo de servidor que vai manter a qualidade também no primeiro escalão. Quando tem uma operação policial dessas pode ver que a maioria dos envolvidos está ligada a um grupo político, que normalmente não são servidores de carreira, na grande maioria são cargos de confiança do prefeito. E isso demonstra realmente que nós temos muita coisa a ser mexida dentro do Paço Municipal, que possa fazer com que o dinheiro público arrecado seja melhor investido e que a sociedade tenha consciência de que vai ter um prefeito e uma gestão que não são suspeitos.

Acima de tudo é isso. A gente precisa ter uma gestão que não seja suspeita. Só em ter suspeito já faz com que o cidadão possa pensar: "eu sou refém disso; eu pago impostos, boto dinheiro, faço minha parte, pago tudo em dia, mas o que eu tenho lá, não sei não, eu acho que ali está todo mundo junto". Então minimamente, a gente precisa ter essa consciência da gestão pública como sendo uma gestão que não gere suspeição.


WhatsApp