Antônio Carlos: Os 60 anos de emancipação do município

Cidade é a maior produtora de hortaliças de Santa Catarina

Parques aquáticos são as principais atrações turísticas de Antônio Carlos (Foto: Divulgação)

Assim como Governador Celso Ramos, Antônio Carlos também pertencia ao município de Biguaçu até 1963. A emancipação das duas localidades só foi possível graças a dois vereadores, Miguel Pedro dos Santos (1913-2001), conhecido popularmente pelo apelido de Miguel Flôr, e João Wendelino Schmitz (1918-1970). Natural da localidade de Canto dos Ganchos, Miguel Flor foi quem articulou politicamente para que a região se tornasse um município independente. Já João Wendelino Schmitz (1918-1970), morador do distrito de Antônio Carlos. Como Miguel queria para Ganchos, João Wendelino desejava também transformar Antônio Carlos em município. Foi então que os dois aliaram-se.

Tanto Ganchos quanto Antônio Carlos eram regiões literalmente abandonadas pela prefeitura de Biguaçu. Careciam de infraestrutura e aqueles vereadores acreditavam que, se fossem emancipadas politicamente, ambas cidades conseguiriam dinheiro para viabilizar obras naquelas regiões.

 

História da colonização

No ano de 1830, alguns alemães, comandados por João Henrique Schöeting, desbravaram a planície do Rio do Louro e deram início a efetiva colonização das terras que viriam compor o município de Antônio Carlos. A história conta que dez famílias iniciaram a colonização, primeiro em Louro e mais tarde em Rachadel e Santa Maria.

Os imigrantes eram originários do estado alemão da Renânia – Palatinado, especialmente do altiplano Hunsrück. Haviam sido instalados na primeira colônia germânica de Santa Catarina, São Pedro de Alcântara, local de solo árduo e impróprio para a agricultura. Por isso, foram em buscas de novos recantos e encontraram as planícies próximas ao rio Biguaçu.

O maior legado deixado pelo imigrante alemão foi a força destemida para o trabalho nas terras de Antônio Carlos. Seus descendentes construíram ao longo do Século XX um patrimônio cultural bastante expressivo. Mantiveram os principais costumes e ergueram o município com ordem e determinação.

O município de Antônio Carlos foi criado em 6 de novembro de 1963, desmembrado de Biguaçu. Seu nome foi uma homenagem ao estadista brasileiro Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, político mineiro com grande atuação na Revolução de 1930.  

Apesar do contato antigo com Florianópolis, Antônio Carlos ainda mantém características marcantes da colonização como fé e cultura familiar, culinária, dialeto ainda hoje falado e a arquitetura preservada que dá charme à cidade.

 

Antônio Carlos em números

Hoje, Antônio Carlos possui marcas importantes no cenário regional, estadual e nacional que demonstram suas qualidades. É o maior produtor de hortaliças de Santa Catarina, possui a 2ª maior expectativa de vida do Brasil e a 1a de Santa Catarina (77,9 anos), de acordo com dados do IBGE. O município também possui a melhor educação da Grande Florianópolis e a 6ª de Santa Catarina, conforme dados do Ideb. Também é a detentora do título de melhor qualidade de administração pública da Grande Florianópolis, 3ª de Santa Catarina e a 27ª do Brasil.

 

No setor turístico, os parques aquáticos são a principal atração. Na cultura do município, o que chama a atenção é a forte fé católica, representada por suas igrejas e grutas. Com 6 mil habitantes, a cidade mantém um clima rural, e é conhecida pelos seus produtos artesanais: farinha de mandioca, proveniente de 10 engenhos e a aguardente, reconhecida pela qualidade.

Guarda a maior reserva particular de Mata Atlântica do Estado, ainda não aberta ao público. Devido a sua altitude, que chega a 886 m, é a região mais próxima do litoral com incidências de araucárias e a única em que esta espécie, característica da Serra, aparece junta com coqueiros e palmeiras.

 


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