No Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, especialistas e instituições de saúde intensificam os alertas sobre os perigos do tabagismo, incluindo o uso crescente de cigarros eletrônicos entre os jovens. A data é uma oportunidade crucial para conscientizar a população sobre os riscos do consumo de tabaco e incentivar ações para a cessação do hábito de fumar.
O tabagismo é uma doença crônica caracterizada pela dependência física, psicológica e comportamental à nicotina. Junto à nicotina, mais de 4.720 substâncias tóxicas são inaladas, muitas das quais são cancerígenas. Cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão estão associados ao consumo de derivados do tabaco, e fumantes têm um risco 10 vezes maior de desenvolver essa doença em comparação aos não fumantes, segundo o Ministério da Saúde.
“A ligação entre tabagismo e câncer de pulmão é enorme, assim como a relação entre outros cânceres, como boca e garganta, bexiga, esôfago e estômago. Estima-se que cerca de um quarto das mortes de câncer no mundo tenham relação com o cigarro. O cigarro é a causa de câncer mais prevenível que existe. Se alguém fuma, parar de fumar é o maior bem que ela pode fazer por ela mesma”, explica o médico Rafael Barreto, oncologista do CEPEN - Centro de Pesquisa e Ensino de Santa Catarina.
Cigarros eletrônicos: uma falsa sensação de segurança
Recentemente, o uso de cigarros entre os mais jovens foi substituído pelo cigarro eletrônico, que, ao contrário do que muitos pensam, não é uma alternativa segura. De acordo com Barreto, “os cigarros eletrônicos costumam conter nicotina, que é a substância que vicia o usuário no dispositivo. Eles podem não possuir muitas das substâncias cancerígenas decorrentes da queima do tabaco, mas contêm outras substâncias sabidamente cancerígenas. Além disso, a vaporização dos solventes e aditivos pode causar fibrose pulmonar e outros danos graves à saúde.”
Estudos inovadores
O CEPEN está atualmente conduzindo um estudo pioneiro para pacientes com câncer de pulmão do tipo não-pequenas células e metastático. O estudo, denominado Keyvibe 003, investiga a eficácia do vibostolimabe, um novo medicamento, em combinação com o já aprovado pembrolizumabe.
Os pacientes envolvidos não devem ter recebido tratamentos prévios para câncer de pulmão, a não ser que realizados antes da recidiva da doença. "Este estudo oferece uma nova esperança para pacientes com câncer de pulmão, especialmente aqueles que apresentam positividade para PD-L1, uma característica determinada pela própria pesquisa," explica Dr. Rafael.
Juraci Pondello, de 74 anos, é um exemplo de esperança e recuperação. Ex-fumante, Juraci começou a sentir sintomas de tosse persistente, que resultou no diagnóstico de câncer de pulmão. Após iniciar os estudos no CEPEN, ela experimentou uma melhora significativa. "Com o tratamento, me sinto mais forte, já consigo fazer caminhadas e não sinto mais falta de ar como antes," relata Juraci, com gratidão e otimismo renovados. Ainda de acordo com o médico, a doença de Juraci regrediu e os exames já apresentam resultados animadores.
Para mais informações sobre o estudo do CEPEN e como participar da pesquisa, basta acessar o site www.cepen.org.br ou entrar em contato diretamente com a instituição.
Sobre o CEPEN
Fundado em 1998, o CEPEN desempenha um papel essencial na busca de tratamentos contra o câncer por meio da realização de estudos clínicos em Santa Catarina. Com mais de 200 protocolos de pesquisa tratados ao longo dos anos, a instituição tem contribuído significativamente para avanços no tratamento do câncer, beneficiando milhares de pacientes.
Mais informações em: www.cepen.org.br