Jornal JBFOCO
Recebi a informação que o presidente da Câmara de Biguaçu, Douglas Fernandes (MDB), está "segurando" a entrega de um vídeo de uma sessão do Legislativo Municipal realizada no ano de 2016, onde aparece a vereadora Salete Cardoso atacando o ex-presidente Jair Bolsonaro. O vereador Lucas Manequinha (MDB) está solicitando o vídeo, que é um arquivo público, mas Douglas teria mandado "segurar".
A sessão onde Salete atacou Bolsonaro ocorreu no dia 18 de abril de 2016, um dia após a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), ocorrido domingo (17). Na sessão do impeachment, o então deputado Bolsonaro votou pelo impeachment de Dilma e teve uma confusão com o então também deputado Jean Wyllys.
“Bolsonaro e Wyllys não deveriam ser expurgados somente daquela Casa Legislativa, eles deveriam ser expurgados da sociedade”, falou Salete Cardoso, irritadíssima com o impeachment da admirada Dilma, na tribuna.
O vereador Lucas Manequinha quer o vídeo - arquivo público da Câmara de Biguaçu - para desmentir Salete, que agora tenta se passar por "bolsonarista". E não é que a simples entrega desse vídeo tornou-se um caso de censura prévia? Será que não entendem que o ocultamento de uma sessão da câmara municipal ao público é negar o acesso a informação e isso é inconstitucional? Qualquer estudante de direito sabe que não se pode impedir uma pessoa de ter acesso a informação, muito menos de um vídeo que transmitia uma sessão da câmara de vereadores de Biguaçu. Será que eles estavam desvendando uma fórmula de vírus para acabar com a raça humana? Ou estavam divulgando as peças de uma máquina mortífera que aniquilaria os seres vivos da terra para justificar que essa FAMIGERADA gravação não pudesse ser compartilhada?
Que loucura! Só mesmo aqui em Biguaçu acontece uma coisa dessas. Quem são os incompetentes que estão travando o envio desse vídeo imediatamente?
Eu confesso que não acreditei nessa história e procurei o presidente da câmara municipal, Douglas Fernandes, para saber e pegar a versão dele sobre esse assunto.
Fernandes mandou um áudio dizendo que está obedecendo a orientação de sua procuradoria jurídica: que é orientar o vereador Lucas para que esse entrasse com um requerimento solicitando o vídeo e depois desse pedido feito seria deliberado em votação na câmara a entrega ou não do material.
Abaixo o link do áudio (enviado dia 10-06-2024 por whats app) em que o presidente da câmara de Biguaçu afirma a esse colunista que deliberou de acordo com a orientação de sua "procuradoria" no assunto sobre liberar ou não o vídeo solicitado por Lucas Manequinha.
Olha só! Quer dizer que 15 pessoas decidirão se o vídeo, volto a repetir, de uma sessão da câmara do município de Biguaçu, pode ser entregue ou não? Que atraso é esse? Estamos em Cuba ou na Coréia do Norte onde não existe acesso a informação? Não existe isso pessoal: entreguem o vídeo imediatamente caras pálidas. Informação pública não tem que ser votada, muito menos por vereadores, para poder entregar para alguém. Será que existe pessoa que trabalha no legislativo de Biguaçu que foi aluno do ministro Alexandre de Moraes?
Douglas está sendo induzido ao erro com as pérolas de argumentos que está recebendo de alguém da câmara municipal, porque se não entregar o vídeo, qualquer ação solicitando que a lei de acesso a informação seja cumprida, fará com que ele tenha que entregar a gravação na marra e esse gesto poderá fazer com que currículo dele como homem democrático seja arranhado. Fernandes está colocando o dele na reta do Ministério Público barrando o acesso a informação pois é desnecessário colocar tal assunto para votação do plenário, que isso fique bem claro. E se alguém pedir a gravação de algum discurso da Salete elogiando o Jorginho Mello precisará também da aprovação dos vereadores? Douglas, enquanto há tempo, esquece a orientação de "jênio (Gênio com "j" mesmo) que recebesse sobre censurar a entrega de um vídeo e o coloque imediatamente no site da câmara provando você ser um defensor da democracia. Faça logo porque censurar informação é contra a lei e homem público tem que obedecer a legislação.
Na época em que Salete atacou Bolsonaro, o presidente da Câmara Municipal de Biguaçu era o Vilson Alves, que segundo o atual presidente, foi Alves quem mandou tirar o vídeo do site da câmara. Vejam só a transparência dessa gente e poder que eles acham que tem em poder excluir vídeos públicos a hora que bem entendem.
Tudo isso esta acontecendo para barrar o que a Salete Cardoso disse no passado e que hoje tenta esconder. Todos sabem que ela nunca foi bolsonarista e que por muitos anos ela foi militante da esquerda, defendendo pautas radicais comunistas, e agora, porque Jorginho Mello está no mesmo partido de Bolsonaro, ela passou óleo de peroba na cara para tentar pegar carona na popularidade do Mito.
Cardoso pode até tentar enganar as pessoas dizendo que é bolsonarista, que inclusive usa o perfume do ex-presidente para ficar cheirosa, mas conseguir torcer para que o vídeo não seja exposto não tem como porque o Brasil ainda é um país democrático onde as pessoas tem acesso a informação mesmo quando alguns abobalhados pensam que não.
