O mundo dá voltas hein! O ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis, Edmilson Carlos Pereira Junior, mais conhecido como Ed Pereira, está no centro de uma nova polêmica. Indiciado pela Polícia Civil por comandar um esquema que desviou cerca de R$ 10 milhões dos cofres públicos, ele agora se vê no papel de acusado – um cenário irônico para quem, no passado, foi um dos mais ferrenhos críticos do ex-secretário estadual Douglas Borba, preso na Operação dos Respiradores durante o governo de Carlos Moisés.
Na época, Ed Pereira não poupou palavras para condenar Borba e outros envolvidos no escândalo que desviou R$ 33 milhões na compra fraudulenta de respiradores durante a pandemia. Com tom moralista, apontou o dedo, pediu punição severa e fez declarações duras sobre corrupção na administração pública. Agora, diante das acusações contra si, sua postura levanta uma inevitável reflexão sobre hipocrisia e incoerência.
Em 2020, durante as investigações da CPI dos Respiradores, Ed Pereira, então vereador de Florianópolis, chegou a afirmar que “empresários paulistas investiram pesado no Douglas Borba”, sugerindo uma relação promíscua entre o ex-secretário e empresários interessados em contratos públicos. O moralista de cueca prestou depoimento na CPI dos Respiradores devido a um áudio em que mencionava Douglas Borba, reforçando suas acusações sobre possíveis irregularidades na gestão estadual.
Agora o caso de Ed Pereira veio à tona com a Operação Presságio, que revelou um esquema de corrupção envolvendo contratos fraudulentos com o Instituto Bem Possível. Segundo as investigações, ele liderava um grupo criminoso dividido em quatro núcleos, responsável por manipular documentos, ocultar beneficiários dos desvios e movimentar recursos ilícitos.
O episódio remete ao conhecido ditado bíblico: “Aquele que não tem pecado, que atire a primeira pedra”. Ed Pereira, que tanto exigiu punição e justiça no passado, agora responde por crimes de corrupção. O caso segue para o Ministério Público, que decidirá os próximos passos da ação contra ele e os outros 23 indiciados.