Graziela Salvador é uma das ex-alunas das oficinas do Theatro Adolpho Mello do ano de 1996. Acompanhada dos sobrinhos, Valentina, Enzo e Pedro (7 e 9 anos), ela veio comemorar, na noite desta segunda-feira (18), mais um ano de existência da terceira casa de espetáculos mais antiga do Brasil.

A jovem conta que é atraída pelo teatro, por conta da cultura. “É muito bom a gente estar sempre ligado principalmente ao nosso Centro Histórico, temos que preservar essa memória. Nada que possa me impedir de vir comemorar junto o theatro mais antigo e onde eu cresci, que me desenvolveu bastante”, conta Graziela.

A noite desta segunda-feira foi reservada para comemorar os 167 anos da inauguração do Theatro Adolpho Mello. Com direito aos parabéns e distribuição de bolo, a música também marcou presença em mais um ano de existência da casa de espetáculos mais antiga de Santa Catarina.

Durante o carnaval de 2023, a única escola de samba de São José, a Jardim das Palmeiras, homenageou o Theatro e o violinista Adolpho Ferreira Mello. Com trechos que ressaltam a importância do espaço para a cidade, a escola garantiu que a memória do prédio e das manifestações artísticas continue viva. Para somar à memória do Theatro Adolpho Mello, um quadro com o samba-enredo foi anexado no local que já conta com a estátua do grande artista local.

O prefeito Orvino Coelho de Ávila recordou as peças e outros eventos que marcaram a história do prédio. “Não existe nada igual ao nosso Centro Histórico. Ele é aconchegante e o pessoal do entorno é tradicional, ajudando a cuidar como uma joia. Assim, a educação, cultura e esporte nunca é despesa, é sempre investimento. Sendo dever do poder público”.

O secretário de Cultura e Turismo, Charles Colzani, reforçou que o Theatro chega aos 167 anos sendo berço teatral de São José, pois já formou inúmeros artistas e segue mantendo a relevância do cenário artístico para diversas gerações. “O grande carro chefe do Theatro Adolpho Mello, depois de 1996, é a criação das oficinas. que conta com a participação da comunidade josefense, que temos um carinho muito especial. É através dessas oficinas que somos reconhecidos em todas as oportunidades culturais e turísticas da cidade”.

Ao todo, são seis turmas e aproximadamente 200 alunos que, a partir deste mês, estarão finalizando as aulas com apresentações no teatro. O calendário das oficinas segue abaixo.

Theatro Adolpho Mello

O Theatro Adolpho Mello está localizado na Praça Hercílio Luz, no Centro Histórico de São José. Criado no primeiro século imperial por um grupo de amantes do teatro, sua pedra fundamental foi colocada no dia 17 de setembro de 1854. Durante os primeiros anos de funcionamento da casa de espetáculos foram especiais, com inúmeras atrações. Além dos moradores, as pessoas vinham de longe para ter um momento de lazer na cidade. Esse público agitou o theatro até o ano de 1920.

Com capacidade para 110 pessoas e uma área de 343 metros quadrados, o Theatro, que possui seu nome original com Th, tinha sua arquitetura inicial em tendências coloniais e iluminação por lampião. O primeiro espetáculo apresentado no local foi O Monge da Serra D’ossa.

Em 1924, passou por uma reforma e começou a abrigar o cinema da Liga Josefense. Nos anos que seguiram, o local foi sendo modificado para atender diferentes manifestações artísticas.

Em 1980, uma discussão na Câmara de Vereadores quase levou o prédio a venda, o que foi evitado com a declaração do Governo de Santa Catarina de que o teatro era de utilidade pública, ficando assim com o controle do prédio, após a intervenção de Gilberto Gerlach, na época presidente do Cineclube Nossa Senhora do Desterro.

É nesta década que também ocorre a última reforma do século 20, vindo ser reaberto em 1981, e agora, renomeado por Gerlach de Theatro Adolpho Mello, uma homenagem ao violinista, compositor e regente Adolpho Ferreira Mello, josefense nascido em 1961, que além de artista, foi também tesoureiro-geral de Santa Catarina e diretor do Conselho Municipal de Desterro.

Em 1984, o Cine Clube Nossa Senhora do Desterro deixa o Adolpho Mello e vai para o Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis. Com isso, o teatro volta a ter apenas espetáculos teatrais. Sem o Cineclube, o governo catarinense perde o interesse no Theatro que em 1989, volta para o município de São José. Em 2005, o Teatro Adolpho Mello é tombado pelo Município como patrimônio cultural de São José.

Em 2013, o prédio foi interditado para um processo de restauração. Na reforma, o prédio ganhou climatização, iluminação, sistema de sol, piso e forro novo, pintura interna e externa. Uma restauração completa que ainda recebeu adaptações, dando cumprimento às normas de acessibilidade. É nesta reforma que a entrada do Theatro ganha uma estátua de Adolpho Mello, feita pelo artista plástico Plínio Verani. O prédio foi reaberto em 23 de dezembro de 2020, e desde então tem sido palco de diversas oficinas e apresentações teatrais.

Confira a Programação:

MUITAS LUAS – Classificação livre

20/09 – 15h30 (Esgotado)

21/09 – 15h30 (Esgotado)

22/09 – 20h (Esgotado)

CHAVES – Classificação livre

28/09 – 15h30 e 20h (Esgotado)

29/09 – 20h (Esgotado)

30/09 – 17h e 20h (Esgotado)

1/10 – 18h (Esgotado)

CORALINE – Classificação livre

06/10 – 09h30 e 15h30 (Esgotado)

07/10 – 20h (2 ingressos disponíveis)

08/10 – 15h30, durante a Feira da Freguesia (2 ingressos disponíveis)

O PAGADOR DE PROMESSAS – Classificação 12 anos

19/10 – 21h

20/10 – 21h

21/10 – 16h e 20h

O CIRCO DO SEU BOLACHA – Classificação Livre

24/10 – 20h

25/10 – 20h

26/10 – 20h

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS – Classificação livre

07/11 – 20h

08/11 – 20h

09/11 – 20h.