Nota de pesar: Morre Alex Falkenberg, o engenheiro aventureiro que deixou uma legião de amigos

Nesta sexta-feira (24/02/2023) o engenheiro Alex Vieira Falkenberg, 49 morreu em conseqüência de um câncer por volta da 5h da manhã. Alex, conhecido pelo espírito aventureiro, era um homem de coração enorme, sempre pronto a ajudar o próximo.

Inteligente e típico daqueles caras gente finíssima, Falkenberg possuía uma legião de amigos que o admiravam.

Nascido na Amazônia, Alex morou nos estados de Goiás, Rio de Janeiro e em 1991 mudou-se para Florianópolis (SC) para cursar engenharia de Controle e Automação Industrial na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Na universidade era conhecido por causa de suas sacadas ímpares e pela simplicidade.

Numa ocasião um professor, temido na época pelos alunos por causa do rigor de sua matéria, disse que o aluno que quisesse tirar 10 em sua disciplina teria que se dedicar muito depois das aulas e exercitar demais os problemas para conseguir almejar a nota máxima. Todo esse comentário do professor estava sendo feito no primeiro dia de aula. Alex levantou o dedo e todos ficaram atentos no que ele iria questionar: “Professor! E o que precisa fazer para tirar nota 6?’

Um amigo seu da época de universidade relatou que Falkenberg era um super dotado. Mesmo matando aulas e se dedicando pouco aos estudos, Alex tirava notas acima da média e surpreendia pelo raciocínio rápido e rapidez na resolução de questões nas dificílimas provas de engenharia. Alex era daqueles estudantes que passaria em qualquer vestibular no Brasil diziam os mais chegados.

Outra característica do engenheiro era o amor pela natureza e principalmente pelo mar. Sempre dizia que “tudo são ondas”. Alex construiu sozinho na sala de seu apartamento um caiaque super diferenciado e prático que parecia obra industrial. Adorava tirar fotos e viajou o Brasil pedalando com amigos.

Outro dom era, de forma pragmática, trazer soluções para problemas. Todos que queriam empreender ou tinham alguma ideia sobre alguma coisa Alex surpreendia com suas dicas e comentários. O homem era visionário.

Um exemplo foi no hospital em São Paulo onde Alex iniciou o tratamento contra sua doença. Lá num texto rápido que enviou ao grupo de whatsapp dos amigos otimizou todo o andamento de um tratamento de como deveria ser feito numa unidade de saúde que qualquer aluno de medicina poderia usar como tese de mestrado.

Alex também chamava a atenção por ser um homem de presença. Certa ocasião a namorada de um amigo seu levou a irmã para conhecer o namorado e lá no fundo do corredor vinha o Alex com o colega e quando a namorada disse que o namorado estava se aproximando a irmã se surpreendeu com o provável namorado da irmã dizendo que o cara era um “gato”. No entanto, o namorado era o amigo do Alex que vinha no seu lado desiludindo a irmã entusiasmada.

Alex, logo após se formar engenheiro, viajou em quase todos os países da Europa além de outras nações da América e Ásia. Sempre indicava lugares para visitar aos amigos. Um deles lembra que Alex, depois de quase dois anos viajando pela Europa saltou do avião e foi logo atrás de uma feijoada para comer tamanha saudade desse prato Brasileiro.

Outro detalhe do cárater de Alex era mandar cartas, cartão postal, e-mails, telefonar e atualmente mensagens de whatsapps aos amigos mesmo estando longe viajando. Sempre lembrava de alguém e se comunicava para saber como estava o amigo.

No Brasil além de conhecer inúmeras cidades de bicicleta Alex passeou muito também de carro e avião. Num desses passeios, indo ao festival de Parintins na Amazônia conheceu Jana que viria ser no futuro sua esposa e mãe de sua filha Marina, que completou recentemente 5 anos de idade.

A poucos dias conversou com um colega que dizia estar com muitos problemas pra solucionar  e Alex disse que ele não sabia o que era um problema de verdade pra resolver.

Mesmo debilitado, Alex tinhas suas tiradas engraçadas e outro dom que fazia os amigos rir era imitar as pessoas.

Alex dava muito valor as amizades principalmente aquelas adquiridas na época da universidade. Todos os anos participava do chamado “encontro da Toca” onde ele e seus amigos tiravam 3 dias em algum lugar isolado para beber, comer e botar o papo em dia. Esse evento também chamado de Machofest já acontecia há mais de 20 anos em Santa Catarina e conseguia unir a turma que vinha de todos os lugares do Brasil e até mesmo do exterior. Mas a festa não era a mesma se o Alex não estava.

Seu amigos prepararam um playlist de todas as músicas que Alex gostava:

https://open.spotify.com/playlist/1FrHqow4qAnke8kaPN17c6?si=3895e5ba13ee40c8

Em seus últimos dias justificando o coração grande e humano, Alex, dentro de tantas coisas que deu, presenteou um amigo com seu carro por que o mesmo estava com problema no pé e outro com sua obra de arte que era o caiaque.

Mesmo com câncer terminal Alex estava preocupado com o pé do amigo e com o divertimento do outro. Esse era o Alex: uma pessoa ímpar e infinitamente bondosa.

Além da filha e esposa Alex deixa mãe e irmã. O velório acontece hoje às 16h, no crematório do cemitério Jardim da Paz na Rod. SC401, em Florianópolis.

 

 


WhatsApp