No último dia 02/12 (segunda-feira às 19h) o PODEMOS reuniu-se na câmara municipal para tratar da votação para a presidência da câmara municipal que será em primeiro de janeiro próximo. Estavam presentes os 5 vereadores eleitos do partido mais os vereadores Chimia (CIDADANIA) e Vander (PSDB) além do presidente do PODEMOS Jeferson Binhotti, popular Jefinho.
Na ocasião o vereador mais votado do PODEMOS, John Kennedy discutiu com o correligionário Israel da PATY.
Segundo Kennedy, Israel procurou ele e o vereador André Leal (PODEMOS) para que eles assinassem um ofício que seria encaminhado ao prefeito Salmir Silva (MDB) informando que Israel seria o candidato a presidente da Câmara indicado pelo PODEMOS. Este ofício teve a anuência do presidente do PODEMOS Jefinho e do Vice prefeito Alexandre Martins. O vereador Gato (PODEMOS) também assinou.
O único que ainda não tinha assinado era o vereador João Luiz Luz (PODEMOS).
Acertado antes
Mas ocorre, segundo John, que o vereador João Luiz afirmou que o vereador Israel já tinha acertado com ele em outubro o apoio para que o João Luz fosse o candidato a presidente indicado pelo PODEMOS, ou seja, o vereador Israel, segundo Kennedy, mentiu para todos na ocasião da assinatura do ofício pois usou esse documento para dizer ao João que o PODEMOS se reuniu sem o João Luz para colocar o Israel. Essa informação indignou o John Kennedy, pois segundo ele Israel não agiu corretamente. Até o jovem vereador eleito André Leal discutiu com Israel por causa das suas atitudes nada republicanas.
Jogo Duplo
O jogo duplo de Israel irritou John Kennedy esquentando o clima da reunião realizada na última segunda-feira. Para Kennedy, Israel queria valorizar seu passe para poder barganhar mais cargos na negociação da presidência da câmara e outras coisas impublicáveis. Israel contesta essa versão mas não quis se explicar ao jornal oficialmente. Outro vereador que não respondeu ao WhatsApp desse colunista foi o Gato.
É a vez do PODEMOS
O PODEMOS elegeu 5 vereadores e o MDB 6. O PSDB e CIDADANIA 2. Por causa disso ficou acertado que o PODEMOS teria direito a indicar nos dois primeiros anos a presidência da câmara e o MDB os dois anos finais. E já que o cargo de presidente será de dois anos os vereadores do PODEMOS começaram a articular. João Luz, afirmando ter sido traído com o ofício de Israel reuniu-se com os vereadores do MDB (menos o André do Orçamento participativo) e montou a mesa da Câmara e fez a distribuição dos cargos para ter o apoio do MDB. Luz agradou a bancada do MDB e é o vereador com mais tempo dentro do PODEMOS apesar de ter se filiado na sigla recentemente. Além da experiência e competência, João já foi secretário no governo do ex-prefeito Castelo e circula bem em todas as siglas partidárias. Luz conseguiu o apoio do Vander e do Gato. Soube articular bem os apoios e tem tudo para ter 11 votos como presidente na eleição que será realizada em 1 de janeiro próximo.
Até oposição deve votar em João Luz
Os 5 vereadores do MDB, 3 do PODEMOS, 2 do PSDB e CIDADANIA e pelo menos 1 da oposição (PSD) devem votar em Luz na eleição para presidente. O problema é que esse imbróglio que começou com a farsa da assinatura do ofício de Israel, história cabeluda colocada em público por Kennedy, acabou expondo um racha na base do governo Salmir porque os vereadores André Clementino (MDB) , André Leal e John Kennedy (ambos do PODEMOS) ficaram de fora na divisão de cargos na câmara municipal. O 3 querem que esses os atuais cargos sejam distribuídos de forma igualitária sem a criação de mais.
Ganância por cargos
Tudo isso aconteceu por causa da ganância de cargos. O desafio do prefeito Salmir, que sentará com sua base no próximo dia 11/12 é grande. Com certeza a pauta presidência da câmara será debatida e o que aconteceu entre Israel e John e o escanteio dados aos 3 vereadores da base em relação a cargos da câmara estarão em pauta. Devido ao problema que isso está ocasionando já tem vereador defendendo a criação de mais cargos na câmara municipal já no começo do ano que vêm para contemplar justamente os vereadores que ficaram a ver navios. Conversei com Kennedy sobre o assunto e o mesmo me disse que é totalmente contra a criação de mais cargos e que só defende é a isomia da distribuição dos cargos que existem. Só para ser ter ideia, a câmara possui cargos CC3 (salário líquido de mais ou menos R$ 7.800,00), CC2 (salário líquido de mais ou menos R$ 4.800,00) e CC3 (salário em média de R$ 3.900,00). Está na mão dos vereadores eleitos, que não tem seus salários reajustados fazem 12 anos (o vereador ganha hoje igual a um CC3), a criação ou não dos novos empregos na câmara de vereadores. Segundo a fonte que esse colunista conversou o objetivo é que todos os vereadores da base saiam contemplados com cargos na câmara municipal e que por causa disso os 3 tem que ter paciência nesse momento.
Desafio de Salmir
O prefeito reeleito de Biguaçu já vêm trabalhando nos bastidores para sua candidatura a deputado estadual. Ele tentará todas as possibilidades dentro do MDB para poder unir apoio, caso contrário não descarta sua filiação em outra sigla partidária. Por causa disso um racha em sua base é tudo que o Salmir não quer. Seu desafio é grande nessa semana no caso da eleição da presidência da câmara. O prefeito tem que sair no mínimo com 15 mil votos da cidade, ter seu principal aliado, o deputado estadual Jerry (MDB) como candidato a deputado federal e o apoiando, e cair na graça da imprensa local e regional para expandir seu nome e seu trabalho e aí sim poder almejar a Assembléia Legislativa. A composição de seu governo será feito com o objetivo de contemplar a todos para criar uma base de apoio forte para sair de Biguaçu com muitos votos em 2026. Até porque o PODEMOS de Biguaçu tem grande parceria com o deputado estadual Camilo Martins e qualquer desavença pode fazer em migrar o apoio desses vereadores que ajudaram Camilo para deputado estadual em 2022, para apoiar o Salmir em 2026 se tornar muito difícil. Camilo está com passe praticamente carimbado no PL, partido do governador, e isso pode mudar o futuro do PODEMOS no estado e principalmente na grande Florianópolis.
Alexandre tem que entrar no circuito
O vice-prefeito de Biguaçu Alexandre Martins é do PODEMOS e ele tem que interferir em todo esse processo até porque ele é o principal interessado na renúncia de Salmir para se candidatar a deputado estadual. Se Salmir deixar a prefeitura em 2026, Alexandre pavimenta sua candidatura a prefeito da cidade em 2028 até porque estará com a caneta na mão e a usará em seu benefício para uma provável reeleição. Foi a mesma coisa que aconteceu com o ex vice prefeito de Biguaçu na gestão Castelo, Ramon Wollinguer. Quando Castelo renunciou ao seu mandato na metade de sua segunda gestão, Ramon que não tinha nem voto para se eleger vereador, virou prefeito e com a caneta na mão conseguiu construir apoio e se reelegeu prefeito dois anos depois numa votação com pouca diferença de votos e muita polêmica do uso econômico. Claro que o exemplo de Wollinguer é um pouco diferente de Alexandre por que o atual vice-prefeito tem prestígio e com certeza mais votos que Ramon, mas ter a caneta na mão sempre é um diferencial. Se ajudou Ramon, um zero a esquerda da política, na época, será que não irá ajudar Martins em 2026? Logo Alexandre tem que chamar os vereadores do PODEMOS para pelo menos ouvi-los e decidir o que fazer em relação a toda essa polêmica sobre a eleição da presidência da câmara. Ficar em cima do muro pode ser um tiro no pé.
Essa semana promete
Em resumo um racha na base de Salmir e Alexandre pode mudar toda uma sequência de planejamento. A união MDB e PODEMOS quer administrar a cidade por no mínimo 12 anos (dois mandatos e meio para Salmir (MDB) e o mesmo período para Alexandre (PODEMOS). Uma falha agora pode criar um tsunami político futuro. Salmir tem que ter pulso firme para não deixar sua base romper por causa da ganância por cargos de alguns. Essa semana promete.